Ex-pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, Antônio Carlos Costa pediu desligamento do ministério em 2023 após envolver-se em polêmicas por questões políticas| Foto: Reprodução X
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Em vídeo divulgado na sexta-feira (22), o teólogo Antônio Carlos Costa, que é ex-pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil e apoiador do presidente Lula (PT), sugeriu que neste domingo as igrejas brasileiras dedicassem um tempo dos seus cultos para agradecer a Deus por ter impedido “golpe e retorno à ditadura militar” no Brasil.

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“Sugiro que em todas as igrejas do país, nos cultos do próximo domingo, parte da liturgia seja dedicada às ações de graças pelo livramento que Deus operou em favor do povo brasileiro ao impedir golpe e retorno à ditadura militar. Deus nos preservou de assassinatos, desaparecimentos, torturas, censura, regime de exceção, fechamento do Congresso Nacional e do STF”, disse o teólogo.

Ao final, ele agradeceu a Deus por ter “salvado o Brasil do mal que pastores, militares e políticos profissionais poderiam ter causado à nação”.

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As falas de Antônio Costa, que nas eleições de 2022 apoiou publicamente a candidatura de Lula, tem a ver com as investigações da Polícia Federal (PF) que apuram um suposto golpe de estado que envolveria o assassinato de figuras públicas.

Na quinta-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas, entre elas militares, ex-ministros e aliados, foram indiciados pela PF. O entorno de Bolsonaro, entretanto, vem fazendo fortes críticas à tese criada pela Polícia Federal, chefiada por Andrei Rodrigues, que é bastante próximo do presidente Lula e antes de ser nomeado para o cargo era responsável pela segurança do atual presidente.

Neste sábado (23), Bolsonaro ironizou as investigações e chamou a corporação de “PF criativa do Alexandre de Moraes”, em alusão a uma possível interferência do ministro do STF nas investigações.

Teólogo deixou igreja após envolver-se em polêmicas sobre política

Além de ter apoiado publicamente Lula em 2022, Antônio Costa é conhecido por seus posicionamentos políticos à esquerda. Fundador da ONG Rio de Paz, do Rio de Janeiro, ele costuma se definir como ativista social. Após colecionar uma série de polêmicas por manifestações de ordem política, em 2023 decidiu desligar-se da Igreja Presbiteriana do Brasil, que pertenceu por quatro décadas.

Hoje costuma divulgar nas redes sociais algumas mensagens que prega em uma pequena igreja em Niterói, no Rio de Janeiro, por vezes trajando camiseta de um clube de futebol e com frequência fazendo críticas políticas em cima do púlpito.

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Pastor rebate teólogo apoiador de Lula: “politização da vida religiosa”

O pastor batista Yago Martins, conhecido por também ser um crítico do apoio de religiosos a Bolsonaro, publicou uma resposta a Antônio Costa em que condena, principalmente, o fato de o teólogo apoiador de Lula focar críticas apenas em um lado do debate político.

“Ele, depois de ter pedido voto para o Lula e emprestado sua reputação pastoral para o projeto do PT, calou-se diante de todo crime, de todo abuso, de toda heresia, de toda campanha abortista, totalitária e antidemocrática. Suas redes, antes inundadas de críticas políticas, nada falavam sobre o caos moral da política lulista”, disse o pastor batista.

“Para ele, Bolsonaro é o diabo; para ele, devemos orar agradecendo a Deus pela justiça estar chegando ao seu inimigo. Mas e quanto a seus amigos políticos, bandidos condenados que estão livres graças a acordos espúrios? Ele fez um tempo de oração agradecendo a Deus no culto quando o Lula foi preso? Ou a igreja deve ser política apenas contra as direitas e sempre a favor das esquerdas?”, prosseguiu Martins.