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A senadora Tereza Cristina (MS), líder do PP no Senado, reforçou a afirmação do presidente nacional da legenda, Ciro Nogueira, de que o partido não vai fazer parte da base do governo, mas que não vai barrar nenhum filiado que receber algum convite da articulação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A declaração ocorre num momento em que o governo Lula busca ampliar a base no Congresso para conseguir aprovar projetos considerados prioritários. Na semana passada, o presidente disse que vai se reunir com os líderes partidários na volta do recesso, em agosto, para apresentar o que pode ser ofertado no governo aos partidos.
Segundo a senadora, o PP pode ter “alguém indicado por A ou B, mas é um nome, não quer dizer que o partido vá para o governo”, disse em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda (17).
Apesar de reafirmar que o partido não fará parte da base governista, Tereza Cristina diz que isso não quer dizer que o PP será oposição em tudo o que for apresentado ao Congresso. Ela diz que a legenda faz uma “oposição responsável” e que “não fecha questão”, que é quando há uma orientação unificada a favor ou contra uma determinada pauta.
“Não é só porque é oposição que tem que votar contra tudo. Falando do meu caso, nunca recebi uma orientação: ‘Vote contra ou a favor disso’. O PP encaminha sim, mas temos a liberdade de tomar nossas decisões”, disse.
Tereza Cristina também vê que ainda é cedo para falar em nomes da direita para a sucessão presidencial de 2026, e que nomes ainda podem surgir além dos que estão sendo citados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Jr. (PSD-PR) e o próprio presidente do PP, Ciro Nogueira.
O que precisa neste momento, diz, é que o campo da direita se mantenha unido para a disputa da próxima eleição presidencial.
“Nosso campo só não pode se dividir, temos que estar juntos, PP, PL, Republicanos e outros mais. Se a gente estiver unido, vamos achar o melhor candidato para presidente e vice, pragmaticamente, para ganhar as eleições”, afirmou.
Ainda segundo a senadora, é cedo afirmar que Bolsonaro estará inelegível até 2026. “Lula era inelegível há dois anos e meio atrás. Volto a dizer, é muito cedo. Hoje estamos fazendo as especulações, mas a política é dinâmica”, completou.