O Ministério da Saúde registrou a morte de 363 yanomamis em 2023, no primeiro ano do governo Lula. Já em 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comandava o país, foram registradas 343 mortes. A Secretaria de Saúde Indígena, vinculada ao ministério, disse que as informações, que apontam um aumento de 5,8% na quantidade de óbitos, são preliminares e estão sendo investigadas.
A secretaria apontou que os registros de 2022 e dos anos anteriores estariam “subnotificados” e culpou o governo Bolsonaro pelo “abandono” da Terra Yanomami. A informação foi divulgada pelo portal Poder360, que obteve os dados via Lei de Acesso à Informação (LAI). Desde o início de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem apostado em uma força-tarefa de apoio à região que não tem surtido efeito.
Em janeiro deste ano, o governo federal foi acusado pela Justiça Federal de Roraima de "inércia" diante da crise enfrentada pelo povo Yanomami. Também no mês passado, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, admitiu que o governo federal fracassou na tentativa de solucionar a crise dos yanomamis.
“Não é só falar que não se resolveu em 2023. De fato, não se resolveu. E provavelmente não se resolverá em 2024, considerando a situação complexa que temos. Mas pegamos o território nessa situação. Achamos que era só uma crise sanitária, mas tinha toda essa questão do garimpo impregnado”, disse Guajajara em live realizada junto com o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba.
Além da desnutrição grave e do aumento de casos de malária, o povo yanomami enfrenta a invasão do garimpo ilegal. Na semana passada, o Exército anunciou que vai construir duas bases militares temporárias e reforçar sua atuação no território Yanomami, localizado nos Estados do Amazonas e Roraima, próximo à fronteira com a Venezuela. A intenção, segundo o Comando de Operações Terrestres (COTER), é aumentar a repressão ao garimpo ilegal na região.
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