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Ex-presidente da OAS

Toffoli anula todas as decisões da Lava Jato contra Leo Pinheiro, que delatou Lula

Toffoli anula todas as decisões da Lava Jato contra Leo Pinheiro, que delatou Lula
Toffoli apontou suposto conluio entre membros da Lava Jato contra Leo Pinheiro. (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF.)

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli anulou, nesta sexta-feira (27), todas as decisões da Lava Jato contra o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, um dos principais delatores da operação.

A delação do empresário foi usada como base para a condenação do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do triplex do Guarujá. Posteriormente, a condenação de Lula foi invalidada pelo Supremo.

Toffoli anulou os atos contra o empreiteiro a partir das mensagens obtidas pela Operação Spoofing, que apurou o vazamento de conversas entre membros da Lava Jato como o ex-procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz e hoje senador, Sergio Moro (União-PR).

A decisão é semelhante à concedida por Toffoli em favor do empresário Marcelo Odebrecht, em maio deste ano. A defesa de Pinheiro citou "ilegalidades processuais" e pediu a extensão da ordem que beneficiou Odebrecht.

O ministro voltou a apontar um suposto conluio da força-tarefa contra os investigados. "Tal conluio e parcialidade demonstram, a não mais poder, que houve uma verdadeira conspiração com objetivos políticos", afirmou. Ele também manteve a eficácia do acordo de delação premiada firmado por Leo Pinheiro.

Toffoli determinou a “nulidade absoluta de todos os atos praticados em desfavor do requerente [Leo Pinheiro] no âmbito dos procedimentos vinculados à Operação Lava Jato, pelos integrantes da referida operação e pelo ex-juiz Sérgio Moro no desempenho de suas atividades perante o Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, ainda que na fase pré-processual".

Ao fazer a delação, Pinheiro implicou Lula no suposto esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. Segundo ele, a OAS teria feito pagamentos, inclusive para reformas do triplex e do sítio de Atibaia (SP), em troca de favorecimento para a empreiteira em contratos da Petrobras.

O empresário foi condenado a mais de 30 anos de prisão e multado em R$ 45 milhões, valor definido no acordo de delação.

Para Toffoli, o STF "tem funcionado como verdadeiro anteparo às ilegalidades praticadas por determinados juízes e procuradores de Curitiba, bem como para conter a tentativa de tomada do Poder Judiciário e do Ministério Público Federal para a realização projetos pessoais".

Em nota, os advogados Maria Francisca Accioly e Daniel Laufer, que representam o empresário, enalteceram a decisão de Toffoli. "A defesa de Léo Pinheiro enaltece a recente decisão proferida pelo Min. Dias Toffoli, que reafirmou o compromisso com a Justiça e garantiu a imparcialidade e a equidade de posicionamento em relação a todos os demais feitos que já declarou a nulidade da Operação Lava Jato", disseram os advogados.

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