Ministro afirma que caso do ex-governador não tem relação com decisão que anulou condenações de Marcelo Odebrecht.| Foto: Marcelo Sayão/EFE / arquivo
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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quinta (28) o pedido do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para anular decisões e atos relacionados à Operação Lava Jato que o levaram à prisão em 2016. Ele foi denunciado por envolvimento em um esquema de pagamento de propinas em contratos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que gerou desvios milionários.

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De acordo com as investigações, empreiteiras como a Andrade Gutierrez pagavam propinas ao ex-governador em troca de facilidades em grandes projetos no estado. O contrato original das obras do Comperj, estimado em R$ 820 milhões, sofreu um acréscimo significativo e foi a R$ 1,18 bilhão.

A defesa de Cabral argumentou que os efeitos de decisões anteriores, que reconheceram um suposto conluio entre o ex-juiz Sergio Moro e membros do Ministério Público Federal (MPF), deveriam ser aplicados ao caso do ex-governador, como ocorreu com Marcelo Odebrecht.

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No entanto, Toffoli concluiu que os fatos apresentados por Cabral não se relacionavam diretamente com as decisões anteriores.

“O pleito ora em análise é formulado a partir dos diálogos transcritos na inicial entre o ex-magistrado e membro do Ministério Público no intuito de demonstrar conluio direto em relação ao requerente, residindo a causa da querela em situação extremamente subjetiva”, afirmou Toffoli.

Ele destacou que os diálogos mencionados na petição de Cabral referem-se apenas ao momento da apresentação da denúncia e não comprovam relação específica com o ex-governador.

Cabral foi condenado em primeira instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 14 anos e 2 meses de prisão, pena confirmada em segunda instância. Ele deixou a prisão em dezembro de 2022, mas os recursos ainda aguardam julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no STF.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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