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O ex-ministro da Justiça Anderson Torres disse que o documento foi “vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas” contra ele.
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres disse que o documento foi “vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas” contra ele.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou na tarde desta quinta-feira (12) que o documento achado pela Polícia Federal na casa dele foi "vazado fora de contexto". Mais cedo, foi divulgado pela Folha de S. Paulo, CNN Brasil, e pelo jornal O Globo, que a PF encontrou, durante busca e apreensão na residência do ex-ministro em Brasília, a minuta de decreto que sugeria ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a possibilidade de instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim", afirmou Torres no Twitter.

Na última terça (10), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva de Torres. Ele era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal durante os atos de vandalismo ocorridos em Brasília no último dia 8. O ex-ministro do governo Bolsonaro está em viagem aos Estados Unidos e não estava no país durante os protestos violentos.

Antes de ter o pedido de prisão decretada, ainda durante o domingo, o então governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), exonerou Torres do cargo. O agora governador afastado do DF disse que foi "levado a erro pelas autoridades da segurança que estavam à frente da operação". O ex-secretário já afirmou que vai voltar ao Brasil para se apresentar à Justiça.

Após a divulgação de que o documento havia sido encontrado pela PF, Torres pontuou que "no cargo de Ministro da Justiça, nos deparamos com audiências, sugestões e propostas dos mais diversos tipos". O ex-ministro disse que "cabe a quem ocupa tal posição, o discernimento de entender o que efetivamente contribui para o Brasil".

"Fomos o primeiro ministério a entregar os relatórios de gestão para a transição. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como Ministro", disse.

Defesa diz que Torres não é o autor e não levou o documento a Bolsonaro

O advogado Rodrigo Roca, responsável pela defesa do ex-ministro, disse em entrevista à CNN Brasil que Torres não é o autor do documento encontrado pela PF. "Não é da autoria dele o documento. Eram diárias as abordagens feitas por populares ao ministro da Justiça e a mim mesmo como secretário nacional do Consumidor pedindo que levasse ao presidente algum tipo de sugestão", afirmou Roca à CNN Brasil.

Segundo o advogado, as pessoas entregavam esses projetos que "eram escritos às vezes manuscritos, às vezes digitados". Roca disse ser "testemunha de que ele [Torres] se desfazia" desses papéis, mas "por cortesia e educação não jogava fora na hora ou levava".

A defesa de Torres afirmou ainda que ele não levou essa proposta ao ex-presidente Bolsonaro. "A maior prova que ele não levava ao presidente [Bolsonaro] é que foi encontrado na casa dele", disse o advogado.

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