Adjetivos de cunho heroico e um discurso contra a anistia foram os temas centrais do evento do grupo Prerrogativas de homenagem à primeira-dama Janja Lula da Silva na noite desta sexta-feira (6), em São Paulo. O grupo, formado por juristas progressistas, justificou a homenagem pela atuação da primeira-dama na Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, tratado multilateral lançado pelo governo brasileiro durante a cúpula do G20, mês passado.
Organizado por Janja, o festival que lançou a aliança ficou conhecido como "Janjapalooza" e gerou polêmica em razão dos patrocínios da ordem de R$ 33 milhões e cachês de quase R$ 1 milhão distribuídos aos artistas responsáveis pelos shows da atração.
Já a confraternização desta sexta - batizada de "Festa da Reconstrução" - teve a presença de juristas, políticos e ministros de tribunais superiores, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu um papel coadjuvante no evento.
Os holofotes, ontem, estavam sobre Janja. Chamada de “guerreira do Brasil”, a primeira-dama discursou dizendo que este foi “um ano difícil” e se disse nervosa por ser a primeira vez que fazia uma fala pública na frente do marido.
Em seu discurso, ela falou da importância da presença feminina no meio jurídico e pediu por um Judiciário “com mais igualdade de gênero e mais caridade”. “Nós, mulheres, sabemos o quanto a misoginia e o machismo nos atingem diretamente”, declarou.
Contra a Lava Jato e a anistia
Também conhecido como Prerrô, o Grupo Prerrogativas foi fundado em 2014 com o objetivo de se posicionar contra o que considera os “efeitos nefastos do avanço do ativismo judicial e da instrumentalização política e eleitoral de importantes funções públicas em nosso país”.
Desde então, o grupo passou a questionar as teses jurídicas da Lava-Jato e, mais recentemente, tem se posicionado contra a anistia aos réus do 8 de Janeiro. Durante o evento, participantes em coro entoavam “sem anistia”. E o coordenador do grupo, Marco Aurélio de Carvalho, disse que o grupo cobrará o julgamento dos indiciados no processo da suposta tentativa de golpe de estado em 2022, acusados no inquérito da Operação Contragolpe da Polícia Federal.
O evento também foi uma forma de homenagear Janja pelas indicações que resultaram na entrada de membros do grupo no Judiciário. Mais de 30 deles ocupam cargos em tribunais regionais federais, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tornando-se cada vez mais influentes no meio.
Além do presidente Lula, que permaneceu ao longo da festa num camarote junto com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Meirelles, estavam presentes os ministros Fernando Haddad, da Economia, e Juscelino Filho, das Comunicações.
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