A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) revogou nesta quarta-feira (28) a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB), condenado por corrupção na Operação Lava Jato. O ex-deputado cumpria prisão domiciliar no Rio de janeiro, com uso de tornozeleira eletrônica, desde março do ano passado.
Em votação unânime, os desembargadores mantiveram apenas a proibição de que Cunha faça viagens internacionais. A informação foi confirmada pela defesa do político. “Finalmente a Justiça começa a ser concretizada” afirmam os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Rafael Guedes, que defendem o ex-deputado.
A prisão preventiva foi decretada pelo então juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, em outubro de 2016, após Cunha ter o mandato de deputado cassado pela Câmara e perder o foro privilegiado. Ele passou três anos e meio preso na ala especial da Lava Jato no Complexo Médico Penal em Piraquara, na região de Curitiba.
O tribunal se manifestou em um habeas corpus impetrado pela defesa, que alegou que a prisão preventiva havia extrapolado o limite do razoável, já que o Supremo Tribunal Federal suspendeu a prisão após condenação em segunda instância e ainda não houve o trânsito em julgado da ação.
Por que Cunha foi condenado na Lava Jato
As investigações, apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) para requerer a privação de liberdade do ex-deputado federal, apontavam que Cunha teria contas na Suíça para lavar dinheiro e teria recebido propina por contrato de exploração de petróleo em Benin, no continente africano.
Pelas acusações da Lava Jato, Cunha foi condenado em primeiro grau, em março de 2017, a 15 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva, evasão fraudulenta de divisas e lavagem de dinheiro. O TRF-4 julgou a apelação da condenação em novembro do mesmo ano, fixando o tempo de pena para 14 anos e seis meses.
O ex-parlamentar já recebeu outras duas condenação: 24 anos de prisão por corrupção, lavagem e violação do sigilo funcional em caso relacionado a desvios na Caixa e outros 14 anos por corrupção, lavagem e evasão de divisas, pelo recebimento de propina na compra de um poço de petróleo em Benin.
Como presidente da Câmara, Eduardo Cunha foi o pivô do processo que culminou com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, por crime de responsabilidade. Há duas semanas, ele lançou o livro "Tchau, Querida: o Diário do Impeachment", em que conta bastidores do processo e do cenário político da época.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF