Ouça este conteúdo
Acusados de hostilizar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no aeroporto internacional de Roma, Roberto Mantovani Filho, Andréia Munarão e Alex Zanatta Bignotto pediram ao ministro relator do inquérito, Dias Toffoli, a devolução dos pertences apreendidos pela Polícia Federal (PF).
O pedido assinado pelo advogado do trio, Ralph Tórtima, destaca que os pertences dos investigados (dois celulares, dois notebooks e um pen drive) “continuam apreendidos sem que exista qualquer justificativa”, uma vez que os aparelhos já foram objeto de perícia policial e tiveram extraídos todos os dados.
“Após a elaboração do Laudo de Perícia Criminal Federal nº 2160/2023 – INC/DITEC/PF, que procedeu a extração dos dados dos aparelhos apreendidos, houve determinação da autoridade policial, datada de 04/08/2023, no sentido de que fosse analisado todo o conteúdo dos dados extraídos. Todavia, desde então, os 02 (dois) celulares, 02 (dois) notebooks e 01 (um) pendrive de propriedade dos requerentes continuam apreendidos, sem que exista qualquer justificativa para tanto, considerada a extração de dados havida”, diz um trecho do pedido.
Ao conversar com a Gazeta do Povo, o advogado Ralph Tórtima disse que o pedido foi feito na véspera do feriado, esta semana, e ainda não obteve resposta do ministro Toffoli.
"É algo que ficará a critério da autoridade policial. O delegado poderá concordar com a devolução ou poderá solicitar que eles continuem apreendidos para uma eventual contraprova [...] Ainda não tivemos acesso ao material extraído desses dipositivos", disse o advogado.
Os aparelhos estão apreendidos desde o dia 18 de julho de 2023. Além da devolução dos pertences do trio, o advogado reiterou o pedido de acesso integral aos autos do processo.
No mês passado, a defesa do trio apresentou recurso contra a decisão do ministro Dias Toffoli que manteve em sigilo as imagens da confusão, gravadas pelas câmeras do aeroporto.
Dias antes, Ralph Tórtima disse que a investigação “tem lado” e é “nitidamente direcionada” para favorecer uma das partes, em referência à versão apresentada pelo ministro Alexandre de Moraes sobre a confusão.