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A Associação de Ucranianos em Portugal entregou, nesta sexta-feira (21), uma carta à Embaixada do Brasil em Lisboa convidando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ir à capital da Ucrânia, Kiev, e também para rejeitar as declarações feitas pelo mandatário no último fim de semana na Ásia sobre a guerra na Ucrânia.
O presidente da associação, Pavlo Sadokha, disse à imprensa que eles tentarão "explicar a posição da comunidade ucraniana em Portugal e em toda a Europa, diante da invasão da Rússia" e que "a posição de Lula está errada". Um protesto de ucranianos foi realizado em frente à Embaixada no momento da entrega da carta.
Sadhoka estava se referindo às declarações feitas por Lula no último fim de semana, quando disse que os presidentes de Rússia e Ucrânia, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, respectivamente, "não tomam a iniciativa" de chegar à paz, enquanto "Europa e Estados Unidos acabam contribuindo para a continuação desta guerra através do envio de armas”.
"Esta guerra pode ser parada quando Putin for condenado, quando as tropas russas deixarem a Ucrânia. Só então nós poderemos sentar e conversar", disse Sadokha, afirmando que "não há países neutros" neste conflito.
A carta também "reforçará o convite de Zelensky" para que Lula visite Kiev. Um pouco mais cedo, Lula pediu a Celso Amorim, assessor especial da Presidência para política externa, que visite a Ucrânia em uma data ainda a ser negociada.
"A visita do presidente Lula à Ucrânia significaria que ele compartilha os valores do mundo democrático e está do lado dos ucranianos", acrescentou Sadokha.
"Somos nós que pagamos com vidas, com a destruição de nosso país, pelos interesses políticos globais negociam com o ditador Putin à custa do sofrimento dos países que a Rússia invade. Não queremos ver o Brasil como um aliado do regime criminoso de Putin, mas suas declarações nos preocupam", lê-se em um dos parágrafos da carta, à qual a Agência EFE teve acesso.
Lula chegou a Lisboa pela manhã em visita oficial que durará até a próxima terça-feira (25).
Em sua agenda estão previstas reuniões com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e uma cúpula bilateral que pretende avançar questões comuns.