Deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato à Presidência da Câmara| Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
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O partido União Brasil decidiu nesta quinta (31) retirar a candidatura do deputado Elmar Nascimento (União-BA) à presidência da Câmara em fevereiro do ano que vem para possivelmente apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB). Com isso, o parlamentar paraibano fecha uma aliança com pelo menos seis partidos, entre eles os rivais PT e PL -- além do próprio Republicanos e, ainda, MDB, PP e Podemos.

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A decisão foi confirmada pelo deputado federal Paudernei Avelino (União-AM) após reunião da executiva nacional do partido, em que afirmou que os rumos da negociação com Motta seriam realizados pelo presidente da sigla, Antônio Rueda, o vice ACM Neto e o líder Elmar.

“A partir desse momento, os três têm a delegação de toda a bancada executiva do partido para conduzir as negociações com o candidato Hugo Motta”, disse a jornalistas. No entanto, procurada pela Gazeta do Povo, a liderança do União na Câmara diz que Elmar Nascimento segue na disputa.

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Ao lado de Rueda e ACM Neto após a reunião, Elmar Nascimento afirmou que não tem "resistência em desistir e nem continuar". "Minha candidatura é nossa, do meu partido e dos que me apoiaram". Significa um voto de confiança da bancada de ter mais uma reunião, de tomar uma decisão em nome da bancada", completou a jornalistas.

Elmar Nascimento afirmou que irá conversar com Motta e com os outros envolvidos nas "pré-campanhas" à presidência da Câmara, como o deputado Antônio Brito (PSD-BA), que também deve se manter na disputa -- "com quem fizemos um pacto de apoio recíproco no segundo turno", disse --, e o presidente do PSD, Gilberto Kassab.

"Me mantenho candidato, essa é a deliberação. E o partido nos delegou carta branca para, junto com o presidente Rueda e o vice ACM Neto, a gente possa ter essas conversas", pontuou.

As primeiras informações da decisão apontam que o União Brasil decidiu criar uma “delegação” para negociar o apoio em troca de cargos na mesa diretora da Câmara e comissões na próxima legislatura. O recuo começou a ser articulado ainda na quarta (30), um dia depois de Motta receber o aval do próprio atual presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), que conseguiu amarrar outros partidos da direita à esquerda.

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O objetivo da retirada da candidatura é não deixar o União Brasil de fora dos principais cargos da Câmara em caso de vitória de Motta.

Na última terça (29), Elmar Nascimento havia reafirmado a intenção de disputar a presidência da Câmara e criticou a decisão de Lira em apoiar Motta, chamando-o de “desleal”.

“O apoio do presidente Arthur Lira ao colega Hugo Motta é legítimo. No entanto, a condução da Câmara dos Deputados não deve buscar uma unanimidade artificial, reduzida a uma única vontade”, disse nas redes sociais.

Ele ainda contava com a possibilidade do PT não embarcar na candidatura de Motta, o que acabou mudando ainda na quarta (30). Isso porque o deputado foi um dos algozes de Dilma Rousseff (PT) no impeachment de 2016, e isso poderia gerar alguma resistência entre os petistas.

Elmar Nascimento ainda citou a proximidade de Motta com o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que encaminhou o impeachment da petista no Legislativo, e argumentou que o União Brasil votou junto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em temas importantes, principalmente na área econômica.

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"Minha candidatura se firma na renovação e no fortalecimento da democracia, valorizando a diversidade de pensamentos. Não buscamos consensos artificiais, mas espaços para a saudável disputa de ideias”, completou.

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