O União Brasil planeja oficializar a pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à Presidência da República em um evento marcado para março de 2025, na cidade de Salvador.
A escolha da capital baiana deverá coincidir com a cerimônia em que Caiado receberá o título de cidadão da Bahia na Assembleia Legislativa. A honraria foi proposta em 2013 pelo atual prefeito reeleito da capital, Bruno Reis, à época deputado estadual. Reis, uma das principais estrelas do partido, não poupa elogios ao governador, a quem chama de “o melhor do Brasil”.
A escolha de Salvador, um dos mais importantes redutos eleitorais do Nordeste, reflete a estratégia de Caiado para ampliar sua visibilidade na região. O Nordeste e sobretudo a Bahia é onde o PT mantém forte influência e onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior nome petista, larga vantagem dos votos nas últimas eleições. O União Brasil tem bases sólidas em Salvador, com nomes de peso como o ex-prefeito ACM Neto e seu sucessor, Bruno Reis, ambos entusiastas da candidatura de Caiado. Eles e o governador integram o grupo do partido vindo do Democratas, que se fundiu ao PSL.
O evento em Salvador simboliza o início de uma campanha estruturada para projetar Caiado como uma alternativa competitiva no cenário nacional, capaz de atrair o apoio de eleitores da direita e do centro. A estratégia inclui confrontar diretamente o domínio petista na Bahia, estado governado pelo partido há quase duas décadas, além de intensificar a polarização com Lula, especialmente em temas como segurança pública e autonomia dos estados.
A cúpula nacional do União Brasil deve se reunir em janeiro para traçar os próximos passos e alinhar a estrutura de apoio à pré-candidatura. Já no início de 2025, Caiado planeja uma agenda intensa de visitas a estados onde o partido tem prefeitos eleitos, reforçando sua presença em áreas estratégicas. Além disso, o governador pretende destacar conquistas de sua gestão, como os índices de segurança pública de Goiás, que frequentemente aponta como referência nacional.
Embora a candidatura de Caiado conte com o apoio de importantes lideranças do União Brasil, ela enfrenta resistências internas de setores que preferem manter alinhamento com o governo Lula, no qual o partido ocupa ministérios. A construção de sua candidatura será, portanto, um teste não apenas para o governador, mas também para a coesão e o futuro do União Brasil no cenário político nacional.
Caiado, governador em segundo mandato e que já foi deputado federal e senador, disputou a Presidência em 1989, na primeira eleição direta após o regime militar.
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