O União Brasil e o PP estão estudando a formação de uma federação que pode criar a maior bancada na Câmara dos Deputados e superar a do PL, que conquistou 99 cadeiras nas eleições de 2022 e conta atualmente com 92.
De acordo com interlocutores dos partidos, as bancadas se reunirão ao longo de toda esta semana para discutir a federação. Se concretizada, o União e o PP terão 106 cadeiras pela contagem da última eleição.
A primeira reunião de formação da federação será realizada na tarde desta terça (18), na Câmara, em princípio apenas com os deputados do União. No entanto, há a expectativa de que os presidentes dos dois partidos – Antônio Rueda, do União, e Ciro Nogueira, do PP – se reúnam nos próximos dias.
A federação partidária é um mecanismo criado pela Justiça Eleitoral em 2021 para a aliança de dois ou mais partidos durante todo o período em que tiverem mandato. Assim, elas participam como se fossem uma única legenda para alcançar as regras da cláusula de barreira, que busca reduzir a quantidade de siglas no país.
Mais recentemente, o Cidadania anunciou o rompimento da federação que fez com o PSDB na última eleição presidencial. Além disso, há ainda as federações Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e a PSOL-Rede.
Segundo interlocutores, há um acordo preliminar entre Nogueira e Rueda para que o comando estadual da federação seja dividido com base no tamanho das bancadas e na proporcionalidade. A presidência do bloco também deve ser alternada entre as siglas, com a possibilidade de o PP iniciar a liderança sob o comando do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A formação da federação, no entanto, pode esbarrar na diversidade posicionamentos políticos entre os próprios filiados. Ambos ocupam ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas há uma ala oposicionista muito forte nas duas legendas. O próprio presidente do PP faz oposição ao petista.
A nova federação, se confirmada, desbancaria ainda a formada pelo PT-PCdoB-PV, que soma 80 deputados. Com 106 parlamentares, o bloco formado por PP e União Brasil teria prioridade na escolha das comissões e maior influência nas decisões legislativas.