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Valdemar Costa Neto
Presidente nacional do partido ao qual Jair Bolsonaro é filiado negou que houve tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, ao qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é filiado, negou que se tenha tentado dar um golpe de Estado no dia 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

De acordo com ele, houve um movimento em que “um bando de loucos” saiu quebrando as coisas, mas que os eleitores de Bolsonaro pediam para não depredar o patrimônio público.

“Ninguém dá golpe com pedaço de pau. Golpe a gente dá é com metralhadora, com tanque de guerra, aquilo nunca foi um golpe. Aquilo foi uma condução errada do governo que já era do PT”, disse em entrevista à GloboNews nesta terça (16).

Segundo Costa Neto, o ministro Flávio Dino, da Justiça, teria publicado uma portaria no dia 6 determinando que a Guarda Nacional oferecesse segurança para “os próprios federais da rodoviária até a Praça dos Três Poderes, e publicou no Twitter”.

“Na minha opinião, quando o pessoal do PT viu aquilo falou o seguinte ‘não, não manda ninguém pra lá’, porque não tinha ninguém da Guarda Nacional lá no dia seguinte. Toda a Praça dos Três Poderes estava há duas semanas cercada, tudo protegido [Congresso, Supremo e Planalto]. Sexta-feira tiraram todas as cercas”, completou.

O presidente do PL ainda lembrou que o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), estava dentro do Palácio do Planalto “tomando conta para que ninguém entrasse na sala do presidente, desviando o pessoal. Aquilo é gravíssimo”.

Lula perderia eleição se fosse hoje, diz Costa Neto

Ainda durante a entrevista, o presidente nacional do PL descartou qualquer possibilidade do ex-presidente se tornar inelegível por conta dos processos contra ele que tramitam na Justiça Eleitoral, e vê que Bolsonaro será um importante cabo eleitoral aos candidatos das próximas eleições.

Valdemar Costa Neto disse, ainda, que Bolsonaro está hoje ainda mais fortalecido do que quando perdeu a eleição no ano passado e no retorno dos Estados Unidos, e que o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perderia em uma disputa.

“Hoje ele, o Lula, já levava um couro, porque hoje o Bolsonaro já melhorou a situação dele até pelo próprio comportamento do PT, que não se acerta. Ele [o governo] já era para estar andando, [mas] o país parou, não se vê nada. Não vê um guindaste funcionando, não vê uma obra, só que já estava andando, e isso prejudica o país”, disse.

De acordo com ele, Lula já soube comandar o país no passado, mas agora está tendo dificuldade em fazer o governo “andar” por conta da grande aliança de partidos que firmou na eleição do ano passado, em que precisou entregar ministérios sem fazer uma estrutura suficiente para acomodar a todos os aliados.

Vacinação contra a Covid-19 influenciou eleição, diz

O presidente do PL disse, ainda, que o governo de Bolsonaro teve um erro de comunicação no começo da vacinação contra a Covid-19, em que declarações e gestos do ex-presidente contra a vacina o fizeram perder a eleição do ano passado.

“[O Bolsonaro] perdeu uns 20 milhões de votos com as mulheres, temos pesquisas. Com os homens ele sempre esteve na frente, com as mulheres a diferença era essa, e não tinha jeito de virar. A mulher era a mais interessada na vacina, por causa dos filhos”, disse.

Valdemar Costa Neto ainda eximiu Bolsonaro de qualquer ligação com as investigações da suposta adulteração no cartão de vacinas, em que o ex-presidente presta depoimento na tarde desta terça (16), e que se o ex-ajudante de ordens Mauro Cid realmente falsificou o documento, “fez errado”.

Por fim, Costa Neto disse também que gostaria que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se candidatasse a algum cargo eletivo, mas que ela não tem interesse. De acordo com ele, Michelle quer se dedicar apenas aos projetos desenvolvidos pelo PL Mulher, mas sem disputar eleição.

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