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Valdemar Costa Neto, presidente do PL – partido de Jair Bolsonaro – declarou que o poder Judiciário tem extrapolado nas investigações contra o ex-presidente. As críticas são direcionadas especificamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Costa Neto considera algumas decisões das cortes como “brincadeiras que passaram dos limites” e afirma que haverá troco.
"O que o Judiciário fez com ele não tem como ficar bem. Só uma pessoa que é cega não enxerga. Passaram dos limites essas brincadeiras. Dar multa de R$ 22,9 milhões, marcar a data do julgamento no dia 22... Isso vai ter troco, porque é a vida", afirmou nesta segunda-feira (11) à Folha de S. Paulo.
Os episódios que o presidente do PL se refere são o agendamento, para o dia 22 de agosto, do início do julgamento no TSE que acabou tornando Bolsonaro inelegível por oito anos. O número 22 é o mesmo do PL.
Já a multa mencionada por Costa Neto, no valor de quase R$ 23 milhões, foi aplicada pelo ministro Alexandre de Moraes – visto como algoz de Bolsonaro – ao partido em novembro do ano passado. A punição foi aplicada em razão do pedido da legenda para invalidar votos de 279 mil urnas, quase 60% do total, utilizadas no segundo turno da disputa presidencial. Moraes considerou que o PL agiu de má-fé.
"Isso é efeito bumerangue. É o que vai acontecer com quem está exagerando. Isso vai se voltar contra o Poder Judiciário", desabafou Costa Neto.
Em relação ao acordo de delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, à Polícia Federal (PF), Costa Neto disse não estar preocupado e que tem certeza de que não houve uso indevido de dinheiro público com a participação de Bolsonaro.
O presidente do PL disse, ainda, que independentemente dos problemas enfrentados com a Justiça, o ex-presidente será um grande cabo eleitoral nas eleições municipais de 2024.