O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.
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O presidente do Partido Liberal (PL), o ex-deputado Valdemar Costa Neto, defendeu a volta do modelo de financiamento privado de campanhas eleitorais. O modelo foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2015, em meio aos escândalos revelados pela Lava-Jato.

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“O Brasil é uma frescura nesse aspecto. Dizem que a empresa que doar para a gente tem interesse. Mas é tudo público, tudo aberto. Se alguém fizer algo errado, vai ser pego. O país já não tem dinheiro para nada, o pessoal não compreende e o eleitor fica revoltado. Não tem como fazer campanha sem dinheiro”, disse Costa Neto em entrevista concedida ao jornal Valor Econômico, nesta quarta-feira (9).

O modelo de financiamento público de campanhas eleitorais entrou em vigor em 2018. Este ano, o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, recebeu R$ 886,8 milhões do fundo eleitoral, que destinou R$ 4,9 bilhões para todas as campanhas. 

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Apesar de o PL ter recebido a maior fatia do montante, Valdemar disse que o dinheiro “não deu nem para a saída”.

“Torramos nossos quase R$ 900 milhões, e gastei mais R$ 50 milhões do fundo partidário, que tinha guardado para 2026. Temos que rever o financiamento público. Cada Estado é um país”, afirmou Costa Neto .

“O que temos que fazer para baratear um pouco os custos? Autorizar novamente as empresas a doarem, porque a doação da pessoa física, de 10% do que ganhou ano passado, é só para bilionários”, completou.

Ao se referir ao segundo turno das eleições municipais, Costa Neto disse que sobrou “uma mixaria, mas o pessoal deve conseguir arrecadar porque serão apenas dois candidatos, e o doador diz: ‘Quero ajudar’”.

Valdemar Costa vê dificuldades para aprovar volta do financiamento privado

De acordo com o presidente do PL, como a alteração do modelo de financiamento tem que passar pelo Congresso, caso o partido apresente uma proposta de lei neste sentido, vários deputados votarão contra “para fazer farol para os eleitores”.

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“Não pautei esse debate ainda, mas isso nós vamos ter que discutir”, disse Valdemar Costa ao sinalizar articulação futura sobre o tema.

Resultado das eleições

Ao falar sobre o êxito do partido nas eleições municipais, Costa Neto disse que o PL “nunca esteve tão bem”. 

“Tínhamos 42 deputados quando o Bolsonaro chegou. Com ele, elegemos 99. Agora crescemos em número de vereadores e de prefeitos. Mas quem está na frente é o MDB”, afirmou.

Questionado sobre o avanço do PSD, partido comandado por Gilberto Kassab, que conseguiu o maior número de prefeituras, Valdemar Costa disse que “a prefeitura de São Paulo vale uns 300 prefeitos”.

“[Gilberto] Kassab foi atrás de prefeituras com 2 mil, 3 mil eleitores, criou quantidade. Mas, força [política] no Brasil só tem uma, é no Senado e na Câmara Federal”, completou.

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Valdemar Costa aposta na reabilitação política de Bolsonaro para 2026

Ao projetar o cenário para 2026, Valdemar Costa disse que tem “quase certeza” da reabilitação política de Bolsonaro. Caso isso não ocorra, o nome mais provável, segundo o presidente do PL, é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

De acordo com Valdemar Costa, Tarcísio prometeu se filiar ao PL depois das eleições deste ano.

O número 2 na fila de sucessão do ex-presidente Jair Bolsonaro seria o deputado federal e filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

“Ele [Eduardo] é valente, trabalha como um camelo, vai em tudo quanto é Estado... Vou criar um cargo de expressão pra ele na direção do partido [...] Vice-presidente da área internacional para ele manter os contatos dele nos Estados Unidos”, disse Costa Neto.

“Precisamos de alguém que defenda o partido, defenda nossos deputados e que tenha imunidade [parlamentar]”, completou.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]