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O presidente do PL, Valdemar Costa, prestou depoimento à Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (12), por cerca de uma hora, como parte do inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo a PF, Valdemar deu um depoimento rápido e respondeu todas as perguntas.
O presidente do PL e o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de outras 34 pessoas, são investigados no inquérito que investiga a tentativa de um suposto golpe de Estado e que está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo as investigações, Bolsonaro sabia do planejamento de um golpe de Estado e das ações que vinham sendo articuladas para que isso acontecesse.
Uma fonte da PF disse à Gazeta do Povo que Valdemar confirmou ter recebido uma série de documentos – com uma suposta conotação de teor de golpe de Estado – mas que jamais os levou a sério.
O presidente do PL ainda disse que não usou a estrutura do partido ou agiu para tentar interferir ou promover um golpe para impedir que Lula assumisse o poder.
Sobre a representação do PL e de outros partidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para questionar urnas eletrônicas, Valdemar respondeu que foi apenas um pedido de esclarecimentos à Justiça, o que não é ilegal em um Estado Democrático de Direito.
Em 2022, o PL foi multado em R$ 22,9 milhões por questionar a segurança das urnas e pedir a anulação de parte dos votos após o segundo turno. Os ministros consideraram que o partido agiu de "má-fé".
Inquérito do golpe
A Polícia Federal segue analisando documentos que não foram totalmente incorporados ao relatório do indiciamento, como provas apreendidas na operação Contragolpe, deflagrada no dia 19 de novembro.
O relatório já foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para decidir se oferecerá denúncia contra os 37 indiciados (o que pode ser feito de forma geral ou individualizada), se pede novas investigações ou se requere o arquivamento. Esse último ponto, apesar de protocolar, é considerado improvável segundo fontes da PF ligadas ao inquérito. A tendência, dizem, é que a PGR siga o mesmo caminho apontado pela PF e peça ao STF a condenação dos investigados.
O documento só deve ser reencaminhado a Moraes, relator no STF, após o recesso do judiciário, entre a segunda quinzena de janeiro e início de fevereiro.