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O valor de R$ 1 bilhão reservado pelo governo Lula para o financiamento das candidaturas de prefeito e vereadores em 2024 desagradou aliados na Câmara e no Senado. O valor está previsto no projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) enviado ao Congresso na última quinta-feira (31).
Ao conversar com o jornal O Globo, os parlamentares sinalizaram que a tendência é de que o valor seja alterado pelo Congresso. Ano passado, o montante reservado para o fundo eleitoral ficou na casa dos R$ 5 bilhões.
O líder do PSD no Senado e amigo de Lula, Otto Alencar (BA), disse que apesar de o valor parecer alto, não cobre todas as candidaturas.
“Na minha opinião, pode parecer um número alto, mas para um país como o nosso, são mais de 5 mil municípios, não dá. Vai ter que aumentar”, afirmou o senador.
O deputado Jonas Donizette (PSB-SP), líder do governo na Câmara, destacou que as eleições municipais têm mais candidatos do que as eleições gerais, quando são eleitos presidentes, governadores, senadores e deputados.
Para o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), o montante reservado é “muito pouco”.
Segundo O Globo, alguns líderes partidários teriam confidenciado, sob reserva, que a escolha do governo de deixar o valor baixo seria uma estratégia para transferir ao Congresso o ônus político do aumento do fundo eleitoral e preservar a imagem do presidente Lula.
Por outro lado, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União-CE), e o líder do MDB na Câmara, deputado Isnaldo Bulhões (AL), têm defendido o retorno do financiamento privado das campanhas.
“Vamos analisar, fazer o comparativo. Tem fundo eleitoral e o fundo partidário, tem que fazer essa equação. Eu sempre defendi o fundo privado. Mas olhando para a nova realidade, se é público, é preciso se arcar com isso. O orçamento tem que ser real, orçamento fictício dá até mesmo insegurança para investimento, temos que ter responsabilidade”, disse o deputado Danilo Forte.
Para o deputado Isnaldo Bulhões, o valor reservado para o fundo eleitoral tende a aumentar enquanto não houver outra alternativa de financiamento.