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A Polícia Federal (PF) prendeu preventivamente nesta quinta-feira (19) a vereadora Raissa Lacerda (PSB), de João Pessoa, como parte da operação Território Livre, que investiga o envolvimento de facções criminosas na eleição de João Pessoa e o aliciamento violento de eleitores. A informação foi divulgada pela Folha de São Paulo e confirmada pela Gazeta do Povo.
Raíssa Lacerda é aliada do prefeito Cícero Lucena (PP), de quem foi secretária municipal de Cidadania e Direitos Humanos, e está na disputa pela reeleição nas eleições municipais deste ano.
Pelas redes sociais, a assessoria da vereadora disse que recebeu a notícia da prisão de forma “perplexa” e que ela é “inocente”. “Estamos todos consternados e abismados com essa situação”, diz trecho da nota.
“Raissa não possui nenhuma ligação com pessoas citadas no processo da operação Território Livre e a verdade virá à tona e será esclarecida. Todos a saberão da índole de Raíssa Lacerda e de sua honestidade”, informou a nota.
A assessoria ainda aponta que a vereadora “está sendo vítima de uma ardilosa perseguição eleitoral”.
O aliciamento de eleitor é uma prática adotada por candidato, partido ou correligionários de candidato ou de partido, que consiste na tentativa de convencer o eleitor, utilizando-se de meios ilegais, a votar em candidato ou partido diferente daquele em que naturalmente votaria, não fosse a ação de convencimento praticada. É crime eleitoral com pena de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a 15 mil.
O que apontam as investigações da Justiça
A Justiça determinou a prisão preventiva da vereadora e de outras cinco pessoas, sendo que quatro foram cumpridas nesta quinta. Agora, aguardam a audiência de custódia.
Segundo as investigações, uma das mulheres seria a responsável por determinar quem deve ser votado em um dos bairros da periferia de João Pessoa, que está no centro das suspeitas sobre aliciamento de eleitores.
A Raissa Lacerda é apontada como uma das articuladoras e teria ligação com uma facção criminosa que domina o bairro Alto do Mateus, onde atua para coagir os eleitores a votarem em determinados candidatos.
Na última semana, foi deflagrada a primeira fase da Operação Território Livre e foram cumpridos três mandados de busca e apreensão no bairro São José. A PF apreendeu R$ 35 mil em dinheiro, celulares, documentos com dados pessoais de diversas pessoas que não moravam no local da busca, além de contracheque de funcionários da prefeitura.
O aliciamento de eleitores ganhou o centro das eleições municipais na capital paraibana. Opositores ao prefeito Cícero Lucena (PP) que tenta a reeleição o acusam de ter relação com o crime organizado.
Reportagem da Folha apontou que os candidatos a prefeito Ruy Carneiro (Podemos), Luciano Cartaxo (PT) e Marcelo Queiroga (PL) se uniram e protocolaram na Justiça Eleitoral um pedido de presença de tropas federais em João Pessoa.
Em nota, divulgada a imprensa, o prefeito defendeu eleições limpas e acusou os adversários de atuarem para macular a sua imagem e se unirem em "um festival de preconceito, mentiras e ataques às instituições".
