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Vídeo inédito divulgado nesta quinta-feira (5) sobre as supostas hostilizações ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no aeroporto de Roma em julho deste ano mostra o ministro e seu filho, Alexandre Barci de Moraes, discutindo com o autor da gravação – aparentemente o empresário Roberto Mantovani, que estava na companhia de Andreia Munarão e Alexandre Zanatta.
O vídeo (veja abaixo), anexado pela defesa nos autos, tem apenas nove segundos e começa a partir de um diálogo já em andamento entre o ministro e seu filho com o autor da gravação.
“(...) ficou com medo agora. Vocês vão ser tudo identificado (sic). Vão ser processados”, diz o filho do ministro. O autor da gravação responde: “O senhor está nos ameaçando?”. Moraes, então, rebate: “Bandido!”. O ministro e seu filho deixam o local após a discussão.
O vídeo foi usado pela defesa do trio de acusados para mostrar que houve ameaça por parte do filho do ministro. A Gazeta do Povo entrou em contato com a defesa dos investigados para pedir mais informações sobre o contexto da gravação do vídeo. Até o momento, no entanto, não houve retorno.
Veja o vídeo a seguir:
Toffoli mantém sigilo de imagens do aeroporto; defesa cobra divulgação dos vídeos
Como mostrou a Gazeta do Povo, o ministro Dias Toffoli, do STF, decidiu retirar o sigilo do inquérito que investiga as supostas agressões no aeroporto de Roma, mas manteve em segredo as imagens enviadas pelas autoridades italianas que mostram a confusão.
Ele considerou que as imagens mostram “inúmeras pessoas, incluindo menores de idade”, que não teriam relação com o caso, e por isso, para manter a privacidade delas, optou pela não divulgação. “Não há razão para expor envolvidos e terceiros, que aparecem nas cenas captadas, devendo-se preservar, na espécie, seus direitos à imagem e à privacidade”, escreveu.
A defesa dos supostos agressores vem pedindo acesso às imagens há vários dias. Segundo Toffoli, o material agora estará disponível para eles e também para peritos. A liberação se dará mediante ajuste com o gabinete do ministro no STF, mas não será possível fazer cópia e estará proibida a divulgação.
Nesta quinta-feira (5), o advogado Ralph Tórtima, responsável pela defesa do trio acusado de hostilizar o ministro, disse que a investigação “tem lado” e é “nitidamente direcionada” para favorecer uma das partes, em referência à versão apresentada pelo ministro sobre a confusão.
“Se as imagens captadas no aeroporto são sigilosas, o relatório que as revela de forma seletiva também deveria ser, por evidente. A impressão que fica é a de que o sigilo serve aos interesses de apenas uma das partes, com a utilização de imagens escolhidas a dedo, impedindo que a integralidade delas seja de conhecimento público. Fica muito evidente tratar-se de uma investigação que tem lado e que é nitidamente direcionada”, afirmou Tórtima.