Ex-ministro Sergio Moro acompanhou a apresentação do vídeo da reunião ministerial nesta terça-feira (12), em Brasília| Foto: Pedro França/Agência Senado
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O advogado Rodrigo Sánchez Rios, que representa o ex-juiz Sergio Moro, afirmou, em nota, que o vídeo da reunião ministerial em que o presidente Jair Bolsonaro teria ameaçado demitir o ex-ministro da Justiça "confirma integralmente as declarações" de Moro na "entrevista coletiva de 24 de abril e no depoimento prestado à Polícia Federal em 2 de maio."

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A gravação foi exibida na manhã desta terça-feira (12), no Instituto Nacional de Criminalística da PF, em Brasília, para um grupo restrito de autoridades que tiveram permissão do ministro Celso de Mello. Ele é o relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a denúncia de Moro sobre uma suposta interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal. Na reunião, o presidente teria cobrado a substituição do diretor-geral da PF e do superintendente da corporação no Rio de Janeiro.

Ainda segundo Sánchez Rios, o vídeo não contém nenhum segredo de Estado ou tema sensível — ao contrário do que a Advocacia-Geral da União alegou em recurso no STF — e defendeu que a íntegra do vídeo seja divulgada ao público.

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“Assistimos hoje ao vídeo da reunião interministerial ocorrida em 22 de abril. O material confirma integralmente as declarações do ex-ministro Sérgio Moro na entrevista coletiva de 24 de abril e no depoimento prestado à PF em 2 de maio. É de extrema relevância e interesse público que a íntegra desse vídeo venha à tona. Ela não possui menção a nenhum tema sensível à segurança nacional”, escreveu o advogado de Moro.

O ex-ministro da Justiça acompanhou a apresentação do vídeo ao lado do advogado. Também estavam presentes os procuradores João Paulo Lordelo, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita, que acompanham o caso pela Procuradoria-Geral da República (PGR); a advogada da União Izabel Vinchon Nogueira de Andrade; o juiz federal Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho, auxiliar do gabinete do ministro Celso de Mello; e a delegada federal Christiane Corrêa Machado, que preside o inquérito.

Nesta segunda-feira (11), Celso de Mello determinou, a pedido da PF, que uma equipe realize a perícia do vídeo logo após a exibição da gravação. O decano indicou que a AGU, a PGR e os advogados de Moro poderão apresentar, em até 24 horas, nomes para acompanharem os trabalhos dos agentes.

Celso de Mello cobrou, ainda, a degravação integral do HD externo apresentado pela União. Os arquivos deverão ser encaminhados ao seu chefe de gabinete, Miguel Piazzi. "Essa determinação é por mim adotada pelo fato de - por não me encontrar em Brasília neste período de pandemia, em razão de compor grupo de risco, embora trabalhando, intensamente, à distância - necessitar, para efeito de conhecimento integral, ter acesso ao que se contém no HD externo em causa, em ordem a poder, então, com plena ciência dos elementos existentes em tais arquivos, decidir sobre a divulgação, total ou parcial, do que se passou na reunião ministerial de 22/04/2020, realizada no Palácio do Planalto", afirmou o decano do Supremo.

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