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O número de denúncias de violência contra mulheres recebidas pelo Ligue 180, a Central de Atendimento à Mulher do governo federal, diminuiu 7,8% de 2018 para 2019, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29) pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH). Foram 85,4 mil denúncias em 2019, ante 92,7 mil no ano anterior.
Uma diminuição expressiva no número de ligações atendidas, de mais de 50%, também foi registrada. Em 2018, a Ouvidoria havia registrado 2,7 milhões de ligações atendidas. Em 2019, o número caiu para 1,3 milhão.
Mas, segundo o ouvidor Nacional dos Direitos Humanos, Fernando Pereira, o alto número de 2018 se deve a uma falha técnica que está sendo revisada. Uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) identificou duplicidade em alguns registros de ligações atendidas – o que explica, em parte, a diferença entre os dois anos.
“Todas as discrepâncias muito volumosas foram em razão de mudança da metodologia, de melhor classificação da denúncia, e não do aumento efetivo do número de denúncias”, afirma Pereira.
Os números foram divulgados em coletiva de imprensa por videoconferência com Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, e outros membros da pasta.
“Hoje eu apresento os dados de uma gestão que já estava sob minha responsabilidade. E confesso para vocês que é com tristeza que apresento os números, com muita tristeza”, disse Damares. “Tenho que dizer que, apesar de termos trabalhado muito, a violência cresceu.”
RJ, DF e MS lideram atendimentos por violência doméstica
O Rio de Janeiro, o Distrito Federal e o Mato Grosso do Sul lideram o ranking de atendimentos realizados por unidade federativa, a cada 100 mil habitantes, relacionados à violência doméstica.
No Rio, foram 98,92 ligações atendidas pelo canal do governo a cada 100 mil habitantes, o maior número do país. No Distrito Federal, foram 91,64 atendimentos por 100 mil habitantes. Já o MS registrou um índice de 82,42.
Denúncias representaram 6,5% das ligações atendidas
O Ligue 180 recebeu, no total, 1,3 milhão de ligações em 2019, dos quais 6,5% foram denúncias de violência. As outras ligações foram para solicitação de informações sobre sobre a rede de proteção e direitos das mulheres (47,91%) ou para elogios, sugestões, reclamações ou trotes (45,59%), segundo o MMFDH.
Pereira ressaltou que houve uma diminuição no tempo aguardado para o atendimento das ligações. Em 2019, os usuários do Ligue 180 esperaram, em média, quatro segundos para serem atendidos. Em 2018, aguardavam uma média de seis segundos.
A quantidade de ligações atendidas em até 20 segundos foram 96% do total. A média de duração das chamadas foi de 3 minutos e 40 segundos.