O nome do procurador regional Vladimir Aras se consolidou como o preferido da maioria dos procuradores da Lava Jato ao cargo de Procurador-Geral da República (PGR), em substituição a Raquel Dodge. A informação foi divulgada neste sábado pelo jornal O Globo, com base em declarações ‘reservadas’ de integrantes da operação.
De acordo com o jornal, Aras tornou-se o preferido dos procuradores diretamente envolvidos nas ações de combate à corrupção devido à sua atuação na área. Ele é próximo do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, mas tem demonstrado aproximação com o ministro Sergio Moro, que deve ser o principal influenciador do presidente Jair Bolsonaro na escolha do substituto de Dodge.
A reportagem de O Globo cita que, nos últimos dias, Aras fez acenos a Moro, defendendo o pacote anticrime apresentado pelo ex-juiz ao Congresso, incluindo a polêmica ampliação dos chamados “excludentes de ilicitude”, que isentam pena para quem comete homicídio em situações específicas.
Apesar da aproximação com Moro, em passado recente ele defendeu o direito de o ex-presidente Lula ser candidato nas eleições presidências de 2018. Afirmou que caberia à Justiça Eleitoral brasileira “cumprir a decisão do Comitê de Direitos Humanos” da ONU e garantir a candidatura de Lula. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no entanto, recusou o registro da candidatura do petista.
Aras foi secretário de Cooperação Jurídica Internacional da PGR nos anos mais agudos da Lava-Jato. Depois, atuou como membro de grupos de trabalho que discutiam estratégias de combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro. Ele atuou ainda na extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no Mensalão, da Itália para o Brasil.
O procurador tem um extenso trabalho no Paraná, com atuação em Foz do Iguaçu e Curitiba, quando integrou a força-tarefa do caso Banestado. A operação investigou o envio de recursos ao exterior por meio de contas do antigo banco estatal do Paraná.
Em entrevista à Gazeta do Povo, no mês passado, "Aras disse que a prioridade de sua gestão, caso seja escolhido para a PGR, será a "criação de uma Secretaria Nacional de Investigação e de unidades voltadas para formulação de soluções estratégicas temáticas, para que a expertise das Forças-tarefa não se perca com sua dissolução".
Lista tríplice
Na quarta-feira (5), procuradores das forças-tarefas de três das principais investigações ocorridas no país nos últimos anos – as operações Lava Jato, Greenfield e Zelotes – divulgaram nota conjunta na qual defendem que a presença na lista tríplice para a Procuradoria-Geral da República, escolhida em votação pela classe, é "necessária" mesmo quando o atual ocupante do cargo é indicado para um novo mandato de dois anos. A manifestação dos procuradores ocorreu um dia depois de candidatos à lista terem criticado a possibilidade de a procuradora-geral Raquel Dodge, que não lançou candidatura, ser indicada por Bolsonaro para mais um mandato.
“A lista tríplice, necessária inclusive em eventuais reconduções, tende a promover a independência na atuação do procurador-geral em relação aos demais poderes da República, evitando nomeações que restrinjam ou asfixiem investigações e processos que envolvem interesses poderosos, uma vez que o PGR tem, por exemplo, ampla influência sobre o devido e necessário encaminhamento de colaborações premiadas e inquéritos que investigam autoridades com foro privilegiado”, diz trecho da nota.
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