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A Polícia Federal estuda a possibilidade de se recolocar as grades que limitavam o acesso da população aos prédios das sedes dos Três Poderes em Brasília, que foram retiradas no começo deste ano, após as explosões desta quarta (13). Os gradis haviam sido colocados nas semanas seguintes aos atos de 8 de janeiro de 2023.
Em fevereiro deste ano, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, retirou os gradis junto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado, como um ato simbólico.
“Já está sendo feita pela nossa equipe ,essa análise de cenário, para que a gente analise e defina se há a necessidade de alguma alteração seja de protocolo seja de barreiras físicas para que se garanta e se mantenha a segurança de todos aqueles que circulam nesses ambientes”, disse o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, durante uma coletiva de imprensa no final da manhã.
Apesar de ainda analisar a possibilidade de recolocar os gradis ao redor dos prédios públicos, a polícia mantém o isolamento de toda a área do STF nesta quinta (14) após as explosões registradas nas imediações na noite de quarta (13).
Rodrigues afirmou que essa análise é feita por uma secretaria criada ainda no ano passado para fazer a segurança de pessoas – entre elas de autoridades como o presidente da República e familiares –, do patrimônio público e de grandes eventos, como o G20 que será realizado nos dias 18 e 19 no Rio de Janeiro.
“É a nossa unidade específica que tem a capacidade técnica de avaliar, de fazer a análise técnica de risco e de poder adotar as medidas mitigatórias”, pontuou.
Além do reforço na segurança após o 8/1, o STF era costumeiramente cercado para conter o acesso principalmente em meio a grandes protestos. A proteção foi colocada inicialmente em 2013, durante as manifestações contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), e reforçadas em 2016.
O prédio da Corte foi o último a ter os gradis retirados no ano passado, ato iniciado pelo Palácio do Planalto e pelo Congresso.
Ainda durante a coletiva do final desta manhã, Andrei Passos Rodrigues afirmou que a PF trata do ato como suspeita de terrorismo, e vê possível ligação com os atos de 8 de janeiro de 2023.
“Nossas equipes antiterrorismo estão atuando no caso”, disse reforçando que o inquérito está sob sigilo.
O diretor da PF afirmou ainda que há indícios de planejamento de longo prazo e que será investigado se o autor dos ataques, Francisco Wanderley Luiz, participou dos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Essa pessoa já esteve outras vezes em Brasília. Inclusive, segundo relatos de familiares, estava em Brasília no começo do ano de 2023. Ainda é cedo dizer se houve participação direta nos atos de 8 de janeiro, mas a investigação apontará”, emendou.