Em uma derrota do governo, a votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados foi adiada para a semana que vem. E o texto da proposta do governo pode ser modificado ainda na CCJ.
O mercado parece ter reagido mal ao adiamento e à provável modificação no texto. A B3, Bolsa de Valores, recuava menos de 1% antes da decisão. Na sequência, as perdas se intensificaram, para perto de 2%. O dólar chegou a exibir alta de quase 1%.
Por pressão dos partidos do Centrão, o relator da reforma da Previdência na CCJ, delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), pode ter de apresentar um novo parecer sobre a proposta. A maior possibilidade é de que sejam retirados pontos do texto que não têm relação com a Previdência. Caso das novas regras para o abono salarial e do fim da multa do FGTS para empresas que demitem aposentados, que estavam na mira do Centrão e da oposição.
Em função do acordo, o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), encerrou a sessão desta quarta-feira (17) da comissão e remarcou a votação do relatório para a terça-feira da semana que vem , dia 23. O governo pretendia ver aprovada ainda nesta quarta a reforma da Previdência na CCJ, que é a primeira etapa de tramitação do texto.
Na semana passada, o relator tinha apresentado parecer recomendando a admissibilidade total da proposta. Mas, durante o início da sessão nesta quarta que votaria a reforma, líderes do Centrão pediram para que o relator mudasse o seu texto, caso contrário não haveria aprovação da admissibilidade. Freitas, então, cedeu à pressão e decidiu apresentar um novo relatório.
O líder da maioria na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro, não detalhou quais pontos os líderes pediram para o relator tirar da reforma, apenas afirmou que "são pontos que alguns líderes entenderam que não caberia estar na reforma da Previdência".
Acordo entre relator, governo e Centrão
A negociação que adiou a votação para o dia 23 foi fechada em reunião entre o relator da proposta na comissão, Marcelo Freitas (PSL-MG), o líder do governo na Câmara Major Vitor Hugo (PSL-GO), e integrantes do Centrão.
Freitas pediu mais tempo para elaborar um parecer com alterações na proposta, de acordo com o líder da maioria.
O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), afirmou que o governo está sensível em acatar mudanças no parecer. Ele garantiu que o sistema de capitalização e a idade mínima permanecerão como admissíveis no relatório. "Aqui não tem derrota (para o governo) tem diálogo", disse.
Ainda nesta quarta, a partir das 14 horas, integrantes da CCJ se reúnem para discutir o conteúdo do novo relatório com o secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, segundo o líder do Novo, Marcel Van Hattem. Os líderes não quiserem afirmar que pontos serão alterados.
Confusão
Na CCJ, enquanto o relator e o líder do governo faziam reunião paralela com outras lideranças, a oposição reagiu durante a votação de um requerimento de inversão dos trabalhos na comissão porque não havia quem indicasse o voto do governo. Diante da confusão instalada, o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), decidiu suspender a sessão por 15 minutos. De acordo com ele, a decisão foi tomada a pedido de Marcelo Freitas por causa das negociações.
A confusão irritou a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). Ela chegou a ligar para o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para pedir que ele enquadrasse Vitor Hugo porque ele não estaria conseguindo organizar a base do governo no colegiado. Como líder do Congresso, Hasselmann não tem ingerência e tempo de fala na comissão.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF