Para Wassef, provas encontradas em seus celulares devem ser consideradas nulas pela Justiça| Foto: EFE/Joédson Alves
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O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, declarou que a Polícia Federal realizou uma apreensão ilegal de seus pertences no caso das joias. Em entrevista ao Poder360, Wassef afirmou que as provas encontradas nos celulares apreendidos deveriam ser consideradas nulas pela Justiça.

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“Eles deveriam realizar a busca e apreensão pessoal, no meu corpo, que depois se estendeu até o meu veículo, que é propriedade do meu escritório de advocacia. Por isso, tanto o meu carro quanto os meus equipamentos eletrônicos - quatro telefones -, são extensões do meu escritório de advocacia e têm a proteção dos direitos e prerrogativas de todo advogado do Brasil”, ressaltou. Ele ainda acrescentou que o carro está no nome de seu escritório.

Advogado reclama de quebra de prerrogativas

A argumentação de Wassef é respaldada pelo Estatuto da Advocacia, que assegura ao advogado o direito à “inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia” (art 7º, inc II). Para o advogado, “esse material, os quatro telefones e todos os elementos ali inseridos são provas nulas. Devem ser desentranhados dos atos”.

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Segundo ele, o material contido no inquérito da Polícia Federal mostra apenas que sua comunicação com o ex-presidente Bolsonaro se restringia ao serviço de defesa de seu cliente, no qual ele o orientava sobre questões jurídicas e estratégicas.

“A advocacia no Brasil está sendo criminalizada. As prerrogativas de advogados estão sendo violadas de forma grave, que jamais poderia ser permitida. Pois isso é uma ameaça à Ordem dos Advogados do Brasil, à classe dos advogados e, por fim, uma ameaça direta ao estado democrático de direito”, reclamou.

Compra em espécie foi para evitar impostos, afirmou Wassef

O advogado explicou que a compra do relógio Rolex em espécie visava evitar o imposto aplicado a compras internacionais.

“É impossível dizer que eu queria me ocultar. Eu mostrei o passaporte, entreguei o passaporte na loja e tiraram cópia dele. Eu preenchi um formulário às autoridades americanas. Botei meu nome correto, meu endereço correto. Todos os meus dados”, se defendeu.

Ele acrescentou que o desconto recebido ao pagar em dinheiro e a possibilidade de o banco bloquear seus cartões por transação suspeita também o levaram a optar pela compra em espécie.

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Wassef negou qualquer envolvimento ou conhecimento sobre recebimento de joias durante o tempo que Bolsonaro esteve na presidência.

A Gazeta do Povo entrou em contato com a assessoria da PF e solicitou um posicionamento da corporação sobre a fala do advogado, mas ainda não obteve retorno. Esta reportagem será atualizada caso haja resposta.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]