O presidente da comissão temporária no Senado que investiga a crise humanitária no território indígena Yanomami em Roraima, Chico Rodrigues (PSB-RR), disse nesta quarta (8) que mais de 19 mil garimpeiros já deixaram a área nos últimos 30 dias. A afirmação foi dada durante a sessão que aprovou o plano de trabalho da comissão.
Segundo o senador, ainda restam cerca de 800 garimpeiros que devem sair da área nos próximos dias. “Se em menos de 30 dias saíram mais de 19 mil [garimpeiros], então, facilmente, no máximo nesse mês de março, poderá a área estar totalmente livre”, disse em registro da Agência Brasil.
Rodrigues ainda cobrou a presença permanente do Estado na região para que esse tipo de situação não se repita. “Se não for assim vai acontecer o que tem acontecido nos últimos 30 anos. O fato vai se tornar recorrente. Ou o Estado se mantém presente, com acompanhamento, fiscalização e controle, ou será mais operação que teremos na área”, disse.
Plano de trabalho
A comissão tem prazo de 120 dias e deve contar com visitas ao Hospital de Campanha de Surucucu e ao da Criança Santo Antônio, em Boa Vista, além de inspeção na Casa de Saúde Indígena (Casai).
Entre os requerimentos aprovados estão o pedido de informações ao ministro Geraldo Alckmin, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, sobre os recursos recebidos e os efetivamente gastos pelo Fundo Amazônia desde 2003, com foco na área; a realização de audiências públicas e a documentação dos trabalhos da comissão pela TV Senado.
A comissão também aprovou o chamamento de entidades indígenas a prestarem esclarecimentos, como o Conselho Indígena de Roraima (CIR) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Procuradoria da República em Roraima e o Instituto Socioambiental (ISA).
E, ainda, representantes da Cooperativa de Extrativismo Minero Artesanal de Roraima, da Cooperativa de Garimpeiros de Roraima, da Associação Nacional do Ouro (Anoro) e do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Títulos de Valores Mobiliários no Estado de São Paulo (Sindival).
A comissão também vai ouvir, em audiência pública, os ministérios dos Povos Indígenas; Direitos Humanos; Saúde; Meio Ambiente; Justiça e Segurança Pública; Minas e Energia; Fazenda e Defesa.
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