Deputada federal Carla Zambelli é ré no processo que apura invasão no CNJ.| Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) não compareceu nesta quinta-feira (25) ao depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela e o hacker Walter Delgatti se tornaram réus no processo que apura a invasão no CNJ e são suspeitos de falsidade ideológica.

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A assessoria da parlamentar informou à Gazeta do Povo que ela teve um mal-estar na noite desta quarta-feira (24) e precisou ser internada, por isso não conseguiu comparecer na audiência de instrução realizada pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

Segundo a assessoria, nos últimos dias Zambelli "tem feito teste de Looper a fim de diagnosticar a arritmia que tem". "Ela está internada na rede intensiva coronária do HCor em São Paulo, sem previsão de alta", diz nota da assessoria.

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Os advogados de defesa da deputada, Daniel Bialski, André Bialski, Bruno Borragine e Daniela Woisky, esclareceram que"ela está hospitalizada e precisará passar por um procedimento de emergência".

"Contudo, independentemente do que lhe acometeu, como diversas testemunhas imprescindíveis não compareceram, ela não seria ouvida de qualquer maneira", explicam os advogados em nota à imprensa.

Delgatti, que está preso desde agosto, compareceu a oitiva desta quinta-feira (25), onde também foi ouvido o presidente do PL, Valdemar Costa.

Na última audiência de instrução do caso, realizada na segunda-feira (23/9), Zambelli participou ao lados dos advogados. Ela não prestou depoimento, mas estava on-line em todos.

Relembre o caso

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Zambelli de ter ordenado ao hacker que emitisse um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes como se tivesse sido determinado por ele próprio. Segundo a denúncia, a intenção era “gerar um ambiente de desmoralização da Justiça brasileira” após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

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O relator do caso no STF, Alexandre de Moraes, votou pela aceitação da denúncia, sendo acompanhado pelos ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.

Com a decisão, Zambelli e Delgatti responderão pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

Na época do oferecimento da ação, a defesa da deputada se disse “surpresa” e destacou que “inexiste qualquer prova efetiva do suposto envolvimento de Zambelli com o hacker”.

A defesa de Zambelli afirmou à Gazeta do Povo que chegou a pedir o adiamento da análise da ação por não ter tido acesso aos materiais colhidos pela investigação, e que requereu que o caso fosse levado ao plenário da Corte por se tratar de "procedimentos criminais que envolvam deputados federais".

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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