A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse que “tem sido vítima de uma série de ataques de perfis de esquerda nas redes sociais" após ter questionado uma suposta interferência da primeira-dama, Janja, no julgamento do ex-jogador Robinho no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A deputada entrou com um pedido de investigação no Ministério Público Federal (MPF) contra Janja por conta de uma reportagem do jornal O Globo, que afirma que às vésperas do julgamento a primeira-dama teria pressionado o relator do processo pela prisão de Robinho, que foi condenado por estupro na Itália.
No requerimento enviado ao MPF no domingo (31), a deputada diz que as informações publicadas pelo jornal O Globo indicam o “cometimento do crime de coação no curso do processo” e destaca que a pena prevista para o crime de coação, se confirmado, “traz uma majorante de um terço até a metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual”.
Após a repercussão do pedido ao MPF, Zambelli virou alvo de influenciadores e lideranças políticas nas redes sociais, que acusam a deputada de “defender estuprador”.
Ao reagir aos ataques, Zambelli compartilhou em suas redes sociais um vídeo de 2016 em que discursa na Câmara como porta-voz do Movimento Nas Ruas.
No discurso, Zambelli defende o projeto de castração química para estupradores de autoria do então deputado Jair Bolsonaro. O tema enfrenta forte oposição dos partidos de esquerda.
"A esquerda e sua hipocrisia: nos acusam daquilo que são! Em momento algum defendi um criminoso, muito menos o autor de um crime tão bárbaro. Vale destacar que desde 2015 defendo a castração química e todo o rigor da Lei para quem comete estupro. Punição rechaçada pelos mesmos esquerdistas que, agora, tentam distorcer minha ação. A questão levantada por mim ao MPF é a interferência em nossa justiça, não podemos admitir e normalizar pressões ao judiciário. Ainda mais quando a pressão vem da esposa do Presidente do país", escreveu a deputada em seu perfil na rede social X.
Em nota enviada à Gazeta do Povo, nesta terça-feira (2), a deputada informou que irá apresentar pedido para que o tema da castração química seja pautado com urgência no retorno das atividades da Câmara.
Depois da repercussão da reportagem do jornal O Globo sobre a suposta interferência da primeira-dama no julgamento do ex-jogador Robinho, o relator do caso no STJ, o ministro Francisco Falcão, disse por meio de nota que “não recebeu nenhum tipo de interferência nem ligação da primeira dama, Janja da Silva, a quem sequer conhece”.
O ministro também informou que o seu voto relacionado ao caso Robinho “estava pronto logo depois do Carnaval".
O voto do relator foi acompanhado por outros oito ministros. Apenas dois votaram contra a prisão de Robinho no Brasil.
O ex-jogador foi condenado na Itália a 9 anos de prisão por estupro. Após o fim do julgamento na Justiça italiana, coube à Justiça brasileira homologar a decisão.
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