O advogado particular de Lula, Cristiano Zanin foi escolhido para ocupar uma vaga no STF| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Indicado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Cristiano Zanin já circula pelos corredores do Senado federal atrás de parlamentares de oposição, segundo fontes do Senado que pediram para não ser identificadas. Nos bastidores, a condução de Zanin ao cargo já é assunto dada como certa por governistas.

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A reportagem tentou contactar Cristiano Zanin por telefone desde terça-feira (6), mas ele não retornou as ligações.

O advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva procura azeitar a relação com a oposição para diminuir a resistência na hora da votação, prevista para ocorrer até o dia 21 de junho. Interlocutores do Senado relatam que ele teria ligado para parlamentares para marcar encontros e conversas.

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De acordo com uma fonte da oposição no Senado, o clima é de amenidades e a indicação deve passar sem maiores dificuldades. Questionado se a oposição entraria com medidas judiciais, outra fonte diz que não há clima no Senado para qualquer ação contra o advogado de Lula.

Receio do Supremo

Parte da aceitação no nome de Zanin para o Supremo, por parte da oposição, esbarra em dois fatos: o primeiro é que o Senado, em 125 anos de existência do STF, só rejeitou apenas cinco indicações do presidente. Todas ocorreram em 1894, no governo do marechal Floriano Peixoto.

O segundo fato é que, por ter ampla aceitação no Supremo, Zanin também conta amplo apoio de ministros da Corte no diálogo com parlamentares. A possibilidade de uma judicialização caso a nomeação seja barrada também é avaliada nos corredores da Câmara Alta.

De acordo com outra fonte ouvida pela reportagem, qualquer tentativa de judicialização iria fracassar no STF.

Na segunda-feira (5), o juiz federal Rolando Valcir Spanholo, da 21° Vara da Justiça no Distrito Federal, indeferiu pedido apresentado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) contra a indicação de Zanin ao STF.

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Segundo o magistrado, “não há como chancelar a versão de que a indicação de alguém próximo a um presidente da República redundará, necessariamente, em benefício indevido do respectivo governante e/ou que, por si só, isso configurará desvio de finalidade”.

Zanin se encontrou com evangélicos

A aproximação com senadores de oposição segue na esteira de um encontro realizado com um grupo de parlamentares evangélicos nesta terça-feira (6). Na ocasião, ele expôs sua opinião sobre o aborto.

Segundo uma fonte que estave no evento, o advogado alegou ser contra a expansão de novas hipóteses de aborto no Brasil. Por outro lado, defendeu a manutenção dos casos já previstos no Código Penal e disse que cabe ao Congresso debater e modificar o tema.

O tom do encontro teria sido de tranquilidade. Zanin explicou a deputados e lideranças evangélicas seu histórico como advogado, afirmou ser católico e vir de família tradicional.