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O chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Andriy Yermak, disse neste fim de semana que o governo do país vai convidar o Brasil para participar de uma reunião de cúpula para discutir a paz e dar fim à guerra no Leste da Europa.
Yermak confirmou que o Brasil será um dos principais convidados da primeira Cúpula Internacional da Paz, proposta por Zelensky para chegar a um acordo com a Rússia dentro dos termos ucranianos para o fim do conflito. No entanto, ainda não há data e nem local previstos para o encontro.
“Em nome do presidente, eu e o nosso Ministério das Relações Exteriores estamos trabalhando na organização da primeira Cúpula Internacional da Paz para discutir a fórmula proposta pelo presidente Zelensky. E nós acreditamos que a cúpula não estará completa sem a participação dos países do sul global”, disse em entrevista à CNN Brasil.
Entre os países do chamado “Sul global” mencionados por Yermak estão também a Índia, China, Arábia Saudita e nações africanas. O chefe de gabinete de Zelensky disse, ainda, que “quer ver o Brasil como um dos líderes da implementação do nosso Plano de Paz”.
Segundo disse à CNN Brasil, Yermak se disse aberto ao diálogo com Brasília, elogiando as conversas que teve com Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que visitou Kiev em maio.
“A Ucrânia está muito interessada no desenvolvimento de suas relações com o Brasil. A Ucrânia quer muito uma parceria estratégica com o Brasil. E estamos prontos para fazer tudo o que depende de nós para atingir esse objetivo”, afirmou.
O convite ao Brasil ocorre três semanas depois de Celso Amorim tentar conter a crise causada por declarações de Lula pela responsabilidade do conflito. O assessor do presidente disse que “não será fácil chegar a uma confluência. Será necessário que os dois lados cheguem à conclusão de que o custo da guerra é maior do que o custo de certas concessões”.
Além de tratar da guerra, Yermak defendeu melhores relações entre a Ucrânia e o Brasil principalmente nas reações comerciais, “e não há a necessidade de esperar até o fim da guerra”.
Por outro lado, o Ministério das Relações Exteriores disse que ainda não recebeu nenhum convite do governo ucraniano para participar de qualquer conferência de paz. No entanto, disse que o Brasil tem interesse em participar e ajudar a resolver o conflito.