Por Alex Pipkin, publicado pelo Instituto Liberal
Num programa com o brilhante jornalista Diego Casagrande, creio que em outubro deste ano, ele me perguntou o que eu achava que deveria ser feito para o país avançar, se desenvolver.
Fui claro e direto, porém, para alguns “desavisados”, talvez genérico ao extremo.
As reformas mais importantes para o país, são a reversão – dura!! – da enraizada mentalidade nacionalista e a abertura econômica, liberalizando geral e paulatinamente o comércio exterior!
Basta analisar a fidedigna literatura especializada e os dados reais dignos de crédito para se constatar que os países mais abertos às fronteiras internacionais são aqueles que alcançaram maior crescimento econômico!
O bem-estar da maioria das populações é atingido positivamente por meio do comércio exterior.
Simples: indivíduos-consumidores acessam produtos e serviços de melhor qualidade, a preços mais acessíveis! Mesmo os bens que não são produzidos num país, ou aqueles que não são ofertados de maneira mais eficiente e competitiva, internamente, resultando em efetiva melhoria do padrão de vida de todos.
Por favor, é preciso mesmo acabar com a falácia nacional-desenvolvimentista, demagógica, populista, emocional e inconsequente, da perda de empregos para trabalhadores brasileiros!
Chega de procrastinação quanto à abertura comercial!
Evidente que a abertura econômica, sendo progressiva, gerará mais, não menos empregos e aumentos fundamentais em produtividade.
A competição é o ferro quente que “queima” e atiça empresários a inovarem em mentalidade, processos, produtos e serviços, obrigando-os ao alcance de maior produtividade e geração de novos empregos.
Abertura comercial e exposição a concorrência são condições indispensáveis para a incorporação de tecnologias sem as quais não haverá aumento de nossa participação nas cadeias globais de valor e em produtividade. Abertura econômica e inovação induzem a se fazer mais com menos.
Infelizmente, regionalização ativa no Mercosul é incerta. Tomara que prevaleçam interesses comerciais frente aos ideológicos.
Para se abrir de fato, é crucial que se avance com as reformas estruturantes e modernizadoras, a fim de que as empresas possam trabalhar mais livremente e agregar maior capacidade competitiva.
Urgentemente, necessita-se simplificar a estrutura legal e facilitar, promover e desburocratizar o ambiente de negócios sob o qual as empresas operam.
As reformas macro e microeconômicas liberalizantes intencionadas por Paulo Guedes produziram resultados ainda tímidos. A grande aposta foi feita no acordo União Europeia-Mercosul, amplamente duvidoso, tanto por aqui como também por lá.
Porém, iniciativas governamentais ainda acanhadas em relação a abertura econômica são penosamente dificultadas pela linda retórica proprietária e ufanista.
O principal empecilho continua sendo o glorioso mindset intervencionista, retrógrado e nefasto, idolatrado por populistas e incautos. No país do “a Petrobras é nossa!” (que horror!), a lei da inércia permanece viva e prosperando sobejamente.
Sobretudo, não se reflete economicamente; o centro do pensar – quando existente – é contaminado por paixões ideológicas.
Vale lembrar que na capital “politizada” dos pampas e da vanguarda do atraso, a grande comunista Manuela d’Ávila vem liderando as pesquisas para a Prefeitura!
A brisa social-nacionalista brasileira não habita exclusivamente os ares gaúchos e o pior, não é de intensidade moderada no ambiente geral do solo pau brasilis.
Guedes precisa pisar o pé no acelerador, pois não há mais espaço para se perder mais uma grande oportunidade para uma progressão definitiva, especialmente em relação à inescapável liberalização econômica, condição sine qua non para o crescimento econômico.
Como então romper a barreira da inércia e da procrastinação, emblemas da república nacional? Fazendo agora; planejando, agindo, implementando e controlando reformas liberalizantes profunda e urgentemente.
Por essa razão, continuo a escrever…
Os resultados pragmáticos da abertura devem mitigar a parcial e disparatada – ideológica – paixão nacional-desenvolvimentista.
Afinal, o grito protecionista emocionado da resistência verde-amarela nunca deixará se existir; é a “democracia” brasileira.
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