Durante a campanha eleitoral americana de 2016, muitos conservadores defenderam o voto em Trump apesar de não apreciarem seu estilo e de desconfiarem de sua conversão republicana. O motivo era a escolha para a Suprema Corte. Alegavam que a eleição tinha importância para os próximos 40, não apenas os próximos 4 anos. E estavam certos.
A esquerda democrata vem tentando aparelhar a Suprema Corte com ativistas, e assim passa a legislar mesmo sem votos, sem vencer nas urnas. O estrago que juízes militantes causam é incalculável. O presidente passa após 4 ou 8 anos, mas os juízes ficam lá, por décadas. E podem mudar o rumo da nação com suas decisões.
Bolsonaro terá a primeira oportunidade de indicar o substituto de Celso de Mello, e não pode desperdiça-la. Se considera Trump uma inspiração mesmo, eis a hora de provar. O presidente americano fez três ótimas escolhas ao indicar Gorsuch, Kavanaugh e agora Barrett. São todos juízes respeitados e com viés "originalista", ou seja, conservador. Rejeitam o papel de ativista.
Os nomes aventados até aqui para substituir nosso decano não animam tanto as bases bolsonaristas. André Mendonça ou Jorge Oliveira não empolgam. É verdade que o presidente brasileiro tem um desafio extra: aprovar o indicado na sabatina do Senado, onde não possui maioria. Nos Estados Unidos é mais fácil por ser bipartidário e os republicanos controlarem o Senado.
Ainda assim Bolsonaro precisa escolher um nome de peso, e não importa se é "terrivelmente evangélico" ou se toma cerveja com ele. O importante é ser respeitado pela seriedade e pela convicção de respeito às leis, ao Estado de Direito. Nosso STF está aparelhado por ativistas de esquerda, e isso é terrível para o Brasil. Bolsonaro não pode errar. Essa é sua escolha mais importante até aqui.
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