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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

A esquerda revolucionária e seu eterno mau humor

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E lá vamos nós falar do imitador do focas uma vez mais. Sei que é tudo o que ele deseja, mas não acho mais sábio simplesmente ignorar. A esquerda radical sempre cresceu com a espiral de silêncio em torno de si, blindada contra críticas. A exposição de sua essência é crucial, em minha opinião.

Dessa vez o alvo de Felipe Neto foi o bom humor. O "influencer" disse que é preciso acabar com a tolerância com o bom humor em tempos de genocida:

Deixo de lado aqui a hipocrisia. Afinal, será que quando o rapaz foi jogar uma peladinha com os "amigos" no meio da pandemia, enquanto mandava os outros ficarem em casa, ele estava de mau humor? Quando comemorou a decisão da Hotmart de perseguir conservadores ele estava irritado?

Mas o foco aqui será outro: a esquerda se alimenta da raiva. A esquerda revolucionária precisa do caos, da raiva permanente, do ódio constante, por isso sempre condenou o bom humor, que jamais foi capaz de nutrir. É preciso demonstrar "indignação perpétua" pois o mundo é "injusto", o "sistema" é podre e precisa ser derrubado.

Estou lendo e recomendo o livro Fortitude, de Dan Crenshaw. É excelente antídoto. Ele abre falando justamente do "outrage" constante em nossa sociedade moderna, alimentado pelas redes sociais e pela esquerda. Bernie Sanders, o socialista, chegou a afirmar que é fundamental estar sempre irritado - talvez por isso ele tenha comprado três casas, tentando espalhar raiva por todo canto.

A tática é seduzir pelas emoções, nunca pela razão, e explorar de forma sensacionalista as imperfeições do mundo. É uma sinalização de virtude também: se você está devidamente informado e tem sensibilidade, então precisa estar revoltado! Se não está, então é porque não está "alerta" o suficiente, WOKE!

Crenshaw discorda veementemente. E ele tem motivos concretos para ser amargo ou ressentido. Perdeu sua mãe quando tinha apenas dez anos para o câncer, e depois perdeu um olho e quase o outro numa explosão de uma bomba caseira no Afeganistão, atuando como Navy SEAL. Mas ele considera mesmo assim fundamental manter o bom humor.

"Você será agressivo em suas ações, mas nunca perderá a calma. Você terá senso de humor, porque às vezes isso é tudo que pode ajudá-lo nas horas mais sombrias", escreve. Sobre a postura de sua mãe durante os cinco anos de luta contra a doença terminal, eis o que ele diz:

Susan Carol Crenshaw era exatamente o oposto do que ela tinha todo o direito de ser. Em vez de chafurdar na vitimização e no desespero, ela era uma otimista com um coração genuíno e um senso de humor bobo. Ela disse ao meu pai antes de morrer: "Você traz qualquer mulher vagabunda em volta dos meus meninos e eu vou assustá-los pra caralho." O humor negro é o melhor tipo de humor. Talvez tenha sido daí que eu tirei.

Quando ele estava com graves ferimentos da explosão e com o diagnóstico da cegueira quase certa, com poucas chances de recuperar uma das visões, eis o que seus colegas disseram: uma das primeiras perguntas que me fizeram quando cheguei a Betesda foi: "Então, Dan, podemos começar a tirar sarro de você por parecer um pirata para o resto da vida, certo?" Nunca é cedo demais para o humor negro das equipes, concluiu.

Para Crenshaw, não podemos perder nosso senso de humor. "A alternativa", explica, "é uma sociedade abafada e emocionalmente reprimida, pisando em cascas de ovos proverbiais. Soa um pouco como o inferno". A esquerda radical parece gostar do inferno, e quer arrastar todos para lá.

Claro que é mais difícil rir de banalidades em meio a uma tragédia. Após o Holocausto, chegaram a decretar a morte da arte, que felizmente sobreviveu. O humor existe justamente para darmos conta da realidade imperfeita e muitas vezes assustadora.

Sim, é perfeitamente possível e até desejável brincar numa pandemia, manter o senso de humor. Isso só não é do interesse de quem quer explorar a pandemia politicamente, para seu projeto de poder, sua "revolução". E, via de regra, são poucos os revolucionários honestos, carrancudos e sisudos. A maioria é só hipócrita mesmo: faz piada entre seus colegas, ri dos luxos que compra no meio da crise, e até imita foca, se isso render um bom trocado.

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