Por Caio Ferolla, publicado pelo Instituto Liberal
O projeto do novo marco legal do saneamento básico foi aprovado pelo Congresso e pelo Senado. O texto tem, entre outros objetivos, o de universalizar o saneamento, prevendo coleta de esgoto para 90% da população e o fornecimento de água potável para 99% da população até o fim de 2033. De acordo com o Ministério da Economia, o novo marco legal do saneamento deve alcançar mais de 700 bilhões de reais em investimentos e gerar por volta de 700 mil empregos no país nos próximos 14 anos.
A nova lei extingue os contratos sem licitação entre municípios e empresas estaduais de saneamento. Esses acordos, atualmente, são firmados com regras de prestação de tarifação, mas sem concorrência. Com o novo marco legal, abre-se espaço para os contratos de concessão e torna-se obrigatória a abertura de licitação, podendo, então, concorrer à vaga prestadores de serviço públicos e privados. O reconhecimento do poder público de que ele não deve, nem tem capacidade de oferecer todos os serviços da melhor forma para a população, abrindo, assim, espaço para a iniciativa privada concorrer e poder prestar alguns serviços, é fundamental.
Hoje, apenas 6% da rede de água e esgoto é gerida por empresas privadas. Segundo dados oficiais, 15 mil mortes e 350 mil internações por ano ocorrem em decorrência da falta de saneamento básico. Além disso, 104 milhões de pessoas (quase metade da população) não têm acesso à coleta de esgoto e 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água potável. É um absurdo que, em um país como o Brasil, algo tão básico assim seja ainda tão precário. Abrindo concorrência para o setor privado, esse problema irá se sanar com o tempo, deixando que o governo se preocupe com outras questões.
Outro importante fator, é que, segundo o Ministério da Economia, estudos estimam que seriam necessários 500 bilhões de reais em investimentos para que o saneamento chegasse a toda a população. É muito melhor se esse dinheiro não precisar sair dos cofres públicos e sim da iniciativa privada, principalmente quando já temos uma máquina pública tão inchada, preocupada com déficit fiscal e sem folgas orçamentárias para investimentos. Nessa perspectiva, medidas como essa geram empregos e aquecem a economia como um todo. Empresas também irão lucrar e crescer, provavelmente investindo mais em benfeitorias para a sociedade em troca de mais retorno financeiro.
Quanto mais o Estado deixar o meio privado assumir participar de todos os setores, mais qualidade de vida para o indivíduo nessa sociedade ele proporcionará. Não há a necessidade de se preocupar com piora de eficiência ou aumento de preços, muito pelo contrário. Todo o histórico de privatizações e abertura de mercado no mundo indica que há um enorme ganho de qualidade e diminuição de preços para todos. A lei de oferta e demanda em livres mercados sempre fala mais alto. Se houver a possibilidade de lucros, as empresas irão investir e fornecer sempre o melhor produto possível pelo menor preço. Pode-se tomar como exemplo o setor de telefonia aqui no Brasil, que quando abriu para o setor privado atuar, melhorou exponencialmente em um curtíssimo período. Ganha a sociedade toda.
Na contramão, ao tentar estatizar setores, os governos geralmente produzem escassez ou piora na queda de qualidade. Pode-se citar, como exemplo, a Venezuela, que até o setor de alimentos tentou estatizar, o que acarretou uma população com fome e sem acesso ao que comer, tamanho absurdo foi o que fizeram lá.
É importante sempre lembrar que o governo pode garantir os serviços essenciais e de qualidade para a população sem necessariamente ser ele o provedor do serviço ou produtor dos bens. Desse modo, é fundamental que o Estado deixe a iniciativa privada atuar em setores em que esta será mais eficiente que aquele.
*Caio Ferolla é associado III e membro do comitê de formação.
STF e governistas intensificam ataques para desgastar Tarcísio como rival de Lula em 2026
Governo e estatais patrocinam evento que ataca agronegócio como “modelo da morte”
Pacote fiscal pífio leva Copom a adotar o torniquete monetário
Por que o grupo de advogados de esquerda Prerrogativas fez festa para adular Janja
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS