Se um marginal aparecer assim, sem mais nem menos, na porta da casa da vítima, a chance de reação é grande, e o marginal poderá ser alvo de uma legítima defesa. Agora, se o marginal aparecer com um colega com pinta de bom moço, um carola nas aparências, aí pode ser que a vítima até convide a dupla para um chá com biscoito, e o terreno estará livre para o roubo "consentido".
Geraldo Alckmin é esse "carola", o político com imagem de bom moço que o marginal petista quer usar para enganar trouxas e ser convidado para dentro da casa dos brasileiros uma vez mais. Alckmin é um selo de falsa moderação, um cartão de visitas, uma porta de entrada para que o ladrão possa realizar o furto com sua quadrilha.
Na extrema esquerda ainda há quem condene a estratégia de Lula, mas no fundo todos compreendem o jogo e respeitam o mestre do crime. Até o MST já sinalizou a Lula não ter objeção ao nome do ex-governador como vice e reforçou a mensagem de que embarcará na campanha do petista à Presidência de qualquer maneira.
Do ponto de vista da esquerda radical, portanto, a tática está clara e somente os mais obtusos se colocam contrários. Lula já declarou, numa "entrevista" (um convescote com simpatizantes), que do lado dele não há qualquer problema para a parceria. Por óbvio! O lado mais estranho da equação é o ex-tucano aceitar esse papelão de Cavalo de Troia, sabendo se tratar de um corrupto.
Para viabilizar esse truque, Lula teria de manter seus comparsas quietos por um tempo. Mas não é tarefa fácil. Nem mesmo Lula se contém. Os petistas saem da toca entregando o plano, já falam em revogar a reforma trabalhista, desfazer as privatizações, abolir o teto de gastos e controlar (censurar) a imprensa e as redes sociais. O camarada José Dirceu foi além e disse como é importante ter as estatais para seu projeto socialista. Ninguém poderá alegar ignorância: o crime é confessado antes.
E isso tem assustado alguns potenciais aliados, como a turma do Kassab. Para Lula ter chance, ele precisa da base partidária fisiológica, oferecendo a divisão do butim caso vença, e do apoio da imprensa, de banqueiros e industriais. Muitos desses estão desesperados com Bolsonaro e aceitam até a volta da quadrilha petista, se for o único jeito. Mas esse papo de socialismo e censura incomoda.
Para quem é o grande favorito nas pesquisas, Lula parece um tanto nervoso e pouco confiante. Para sua malandragem ter alguma chance de sucesso, ele precisa de um Alckmin da vida ao seu lado, para acalmar os ânimos. Será que o ex-governador vai mesmo embarcar nessa canoa furada? Será que ele vai se dispor a rasgar de vez sua biografia para contribuir com um plano criminoso? Saberemos em breve...
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS