Ouça este conteúdo
Tem muita gente que não gosta de Bolsonaro. Ok, eu entendo. São pessoas que adotam uma visão mais estética de mundo, ou que ainda assistem a Globo, ou que rejeitaram sua postura durante a pandemia, ou que nutrem receio do estilo mais beligerante de ala do bolsonarismo. Tudo certo aqui.
Mas é preciso reconhecer: o governo Bolsonaro não é radical e tampouco representa qualquer ameaça à democracia. Isso é claramente uma narrativa forçada da oposição. Trata-se, na verdade, de um governo reformista com um quadro técnico, gente como Paulo Guedes, Tarcísio, Marcos Pontes etc.
Do outro lado, há o Foro de SP, o socialismo radical, a roubalheira, os revolucionários dos costumes, os "progressistas" woke que querem "professores" ensinando nossos filhos de cinco anos que não existe menino ou menina. Não dá para ser indiferente entre Mantega e Guedes, entre Dirceu e Tarcísio.
E não tem aceno possível para os mais moderados, pois todos sabem ser pura enganação. Colocar Alckmin ao lado do "ladrão que quer voltar à cena do crime" diz mais sobre Alckmin do que sobre o ladrão. Usar o vaidoso Meirelles como amuleto para o mercado não passa de um truque.
E foi o ultra radical Boulos quem garantiu isso: "Alckmin foi posto como expressão de uma frente democrática anti-Bolsonaro. Em nenhum momento, as ideias 'liberais' foram incorporadas ao plano de governo". Plano este que, até aqui, Lula sequer achou necessário apresentar.
Enquanto o petista se cerca de invasores de propriedade, Bolsonaro fechou a fundamental aliança com o governador mineiro Romeu Zema, reeleito no primeiro turno. Zema é da ala decente do Partido Novo, que rejeita a influência do tucano alaranjado João Amoedo. Zema é bom gestor, pragmático, e por consequência antipetista. O PT destruiu Minas Gerais, afinal de contas, como fez com o Brasil.
O eleitor tem todo o direito de escolher a indiferença, a abstenção, o voto nulo, mas é preciso reconhecer: para um moderado, para um liberal, ou até mesmo para um social-democrata decente, não há base de comparação entre os dois nomes e o que eles representam.
É comparar Argentina com Estados Unidos, Venezuela com Suíça, Nicarágua com Inglaterra, Cuba com Portugal. O projeto amplo liderado por Bolsonaro aponta na direção certa, com uma agenda de reformas liberais. O "projeto" do PT é unicamente de poder, de partilha da coisa pública entre comparsas, de pilhagem do estado, de perpetuação no comando da nação.
Quem quer que se diga um moderado e logo depois afirme que não escolhe nem Boulos nem Zema está dando um claro atestado de incoerência.