Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal
O fluxo migratório de cérebros e endinheirados da Argentina para o Uruguai está se tornando um grande problema para os argentinos. De acordo com o ministério do interior uruguaio, só neste ano cerca de 13 mil argentinos chegaram para fixar residência no país vizinho. O embaixador uruguaio em Buenos Aires estima que, toda semana, cerca de 100 cidadãos argentinos têm solicitado autorização para fixar residência no Uruguai.
Nada é por acaso. Desde que assumiu, o governo argentino tem insistentemente ameaçado os ricos e remediados com taxações absurdas sobre a riqueza, provocando uma fuga de capitais poucas vezes vista no país. E, para azar dos peronistas, assumiu recentemente no Uruguai um presidente liberal, que tem dado incentivos para imigrantes qualificados fixarem residência no país.
Definitivamente, a esquerda não entende nada de economia. Em curto prazo, a única coisa que o sr. Fernandez vai obter com todo esse populismo econômico é apressar o processo de “fuga” do capital para o exterior, bem como reduzir drasticamente a ida de novos investimentos estrangeiros para aquele país.
Há poucos anos, na França, durante o governo de François Hollande, ocorreu algo muito parecido, com a fuga em massa de milionários para países vizinhos, depois que o governo ameaçou aumentar o imposto de renda dos ricos para 75%.
A história econômica do mundo demonstra que a alta taxação sobre os ricos costuma causar efeito contrário ao desejado, enquanto impostos módicos sobre eles tendem a incentivar o investimento, o crescimento e, consequentemente, a arrecadação.
Com a economia francamente debilitada, amargando seguidos períodos de crescimento zero, esta, definitivamente, não seria a hora de assustar os “porcos capitalistas”.
Como ensinou Adam Smith, a poupança (que ele chamava de parcimônia) é condição sine qua non para o investimento e a formação de capital, e sem isso não há aumento da produção (crescimento econômico). Transferir poupança dos ricos para o Estado é uma forma simples – e estúpida – de transformar poupança em consumo (do governo), prejudicando a sociedade como um todo.
Não por acaso, a maior riqueza das nações capitalistas está concentrada no seu enorme estoque de bens de capital – tangíveis e intangíveis. O que realmente impulsiona o padrão de vida nessas sociedades é o fato de a quantidade de máquinas, equipamentos, ferramentas, componentes de alta tecnologia, além de conhecimento e informação colocados à disposição dos trabalhadores ser sempre crescente, aumentando constantemente os índices de produtividade do trabalho e, consequentemente, os padrões de bem estar.
Entregar parte da poupança dos muito ricos para os governos, assim como as decisões de onde investir essa poupança para os políticos e os burocratas, pode até fazer algum bem ao ego dos invejosos, mas, em termos econômicos, para a sociedade em geral, isso é altamente contraproducente.
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