Por Luan Sperandio, publicado pelo Instituto Liberal
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4) Você pagou para problematizarem o sertanejo universitário
A música é uma manifestação artística e, como tal, representa uma configuração social. Dessa forma, o conteúdo e forma das composições refletem mudanças culturais que ocorrem na sociedade.
Assim, enquanto no “sertanejo raiz” as letras abordavam os prazeres e as dificuldades da vida no campo, o sertanejo universitário passou a focar em prosperidade, festas e poligamia. O autor conclui que isso representa um aumento da autoestima masculina. Para tanto, ele analisa músicas como “Balada (Tchê tcherere tchê tchê)” de Gusttavo Lima, “Camaro Amarelo” de Munhoz & Mariano e “Chora, Me liga” de João Bosco e Vinicius.
O objeto de sua pesquisa é analisar o significado de cada trecho das composições. Veja esse trecho em que o autor examina o significado de trechos da música “Camaro Amarelo”:
E do dia pra noite fiquei rico → Eu sou rico e sinto orgulho disso.
Tô na grife → Eu tenho estilo e sinto orgulho disso.
Tô bonito → Eu sou bonito e sinto orgulho disso.
Tô andando igual patrão → Eu tenho status e sinto orgulho disso.
Só que agora vou escolher, tá sobrando mulher → Eu sou desejado e sinto orgulho disso
Dessa forma, segundo o autor, o sertanejo universitário traz elementos como a condição financeira estável, o acesso a bens de consumo e a lugares exclusivos, além de relações amorosas fáceis e efêmeras, o que contribui para que os homens se sintam mais realizados.
O trabalho, financiado pela CNPq, conclui que a autoestima masculina nas canções sertanejas universitárias acontece à custa da autoestima feminina.
5) Você pagou para relatarem o que acontece em orgias gays
O resultado de uma bolsa de doutorado em antropologia foram relatos de práticas sexuais que ocorrem em festas de orgias gays no Rio de Janeiro. Basicamente o pesquisador praticou voyeurismo e relata, ao longo de 348 páginas, uma reflexão sobre o que é produzido em casas de orgias e o que proporciona o desejo de algumas pessoas a praticarem sexo coletivo de forma recorrente.
No trabalho, o pesquisador descreve as normas de conduta que são esperadas para o praticante da orgia, sendo norteadas por três princípios básicos: “masculinidade, discrição e a putaria”.
Ele conclui que as festas de orgia são “muito mais que um conjunto de pessoas que se encontram para fazer sexo umas com as outras”. Trata-se, segundo ele, de uma “tentativa de fugir de cânones morais, familiares, institucionais, religiosos e sociais”.
Essa conclusão, nada surpreendente, rendeu-lhe um doutorado em antropologia e mais uma conta para você pagar.
6) Você pagou para defenderem a criação de uma ciência autônoma racial
93% dos brasileiros acreditam haver algum tipo de racismo na sociedade brasileira. A questão da discriminação racial ainda é um grave problema social, não há como negar. Pensando nisso, uma tese de doutorado propôs uma reflexão sobre africanidade e eurocentrismo, partindo da premissa de que “há um fenômeno de racismo antinegro e antiafricano na Ciência Ocidental”.
A pesquisadora problematiza o racismo dentro do contexto do ensino superior, afirmando que “a produção científica moderna produziu verdades que negam o negro do gênero humano”. A ciência, para ela, “cria leis para a Humanidade baseada apenas no olhar do Homem branco europeu ou norte-americano”.
Ao longo do trabalho ela argumenta que o modo de fazer ciência nos aliena da função política de cada profissão. Ademais, aduz que a ciência ocidental moderna demarca fronteiras raciais em suas disciplinas com fundamentos estabelecidos há 5 séculos, resultando em opressão, violência e exclusão, “se apropriando da vida das populações negras e africanas”.
Por considerar que um africano que se forma em uma universidade na Europa passa a ter um pensamento anti-África, ela propõe a “descolonização do conhecimento”. Para tanto, é preciso um urgente distanciamento da ideia de universalidade da ciência para criar um campo completamente autônomo na produção de conhecimento das populações negras e para servir a esse segmento da sociedade.
Em outras palavras, você custeou uma pesquisa que defende jogar no lixo séculos de descobertas acadêmicas.
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