Isolados em Brasília, muitos políticos simplesmente perderam qualquer senso de realidade, não sabem o que o povo brasileiro está enfrentando e o que deseja. Os discursos dos petistas são a maior prova disso. Mas uma oposição irresponsável, que vota contra o país em medidas que aumentam o fardo do estado para a população, tampouco compreende o momento delicado em que o país vive. O povo está cansado.
Em sua coluna de hoje, Carlos Alberto Sardenberg publicou alguns comentários de ouvintes seus da CBN, todos apontando para a mesma direção. Os brasileiros estão sofrendo o duro impacto da crise gerada pelo governo petista, e precisam se virar, cortar despesas, sair menos, trabalhar mais, sempre sob a constante ameaça do desemprego e levando enormes mordidas do dragão inflacionário no bolso. Sardenberg conclui:
Resumo geral: as pessoas sentem a crise na sua vida e nos seus negócios. E tentam reagir na base do esforço pessoal, sem depender do governo. Melhor dizendo, apesar do governo.
Diante da pergunta — que boa notícia espera de Brasília? — foi incontável o número de respostas simples: que caiam fora, todos.
É geral a irritação com os maus exemplos. Ouvintes e leitores sentem-se ofendidos com os três carros de luxo apreendidos na casa de Collor. Acham o fim da picada os reajustes que vereadores se concedem e as vantagens que se atribuem. Citam os 39 ministérios como um grande absurdo. E ninguém acredita que o governo não tem onde cortar gastos.
Lava-jato tem apoio universal.
A reação dos políticos e partidos envolvidos mostra que eles não têm noção do que se passa no país. Nem sentem a crise, nem veem como o pessoal se mata para superá-la.
Essa gente vive numa redoma, protegida da realidade. Aprova aumentos para políticos como se fosse a coisa mais normal do mundo, como se vivesse na Suécia! Ignora o esforço necessário por parte da população trabalhadora para seguir adiante, enquanto repete que não é possível cortar mais gastos públicos. Num governo obeso, que arrecada quase 40% do PIB! É muito escárnio com a população.
Miriam Leitão foi na mesma linha em sua coluna de hoje, comparando o discurso do presidente do PT, Rui Falcão, com a realidade nacional. Há um abismo entre ambos. A sensação que fica é a de que os petistas vivem num universo paralelo, num país muito distante do nosso, talvez naquele inventado pelo marqueteiro João Santana, onde tudo está uma maravilha. Diz a colunista:
No ato em defesa do governo, o PT mostrou que ainda não entendeu o momento do Brasil. Rui Falcão, presidente do partido, disse que quando viaja pelo interior ouve do povo que as pessoas estão acostumadas com a corrupção e que tudo o que está acontecendo é para evitar a volta de Lula. Que povo será este o do Falcão? É fácil verificar em qualquer conversa que o brasileiro está farto disso.
[…]
O país está em recessão, com inflação chegando a dois dígitos, juros subindo, desemprego em alta, desconfiança crescente, dívida e déficit público escalando. A esta situação se chegou por decisões tomadas em governos do PT. Portanto, se ele quiser trazer Lula de volta, precisa mudar de discurso. Em nome do que Lula quer voltar? É preciso responder a isso com um propósito convincente, e não com esta visão persecutória de que as denúncias de corrupção trazidas à tona pelo Ministério Público, Polícia Federal e a Justiça tenham sido criadas para impedir que Lula volte.
[…]
O país está farto de corrupção. A Operação Lava-Jato é a maior oportunidade que se tem de corrigir o que está minando a democracia e a economia brasileiras. Basta andar um pouco pelo país e conversar com o pessoal que é isso que se ouvirá. O brasileiro não quer mais ser espoliado. É disso que se trata.
Em seu clássico A Marcha da Insensatez, a historiadora Barbara Tuchman mostra como, em certos momentos decisivos da história, líderes agiram de forma totalmente incoerente com o apelo popular e sem bom-senso algum. Deram, em outras palavras, um tiro no próprio pé. Acharam que era possível insistir nos mesmos erros, à revelia do povo. O tiro saiu pela culatra, e como um bumerangue, voltou para alvejar os próprios líderes.
O Brasil parece muito um caso desses. A população está cansada, não aguenta mais. E os políticos, cegos e blindados em Brasília, de olho somente em seus próprios interesses e privilégios, ignoram os anseios da população. Alguns chegam a falar que é uma barbaridade ofender, agredir verbalmente, os responsáveis por esse caos, como ocorreu com o ex-ministro Guido Mantega num restaurante. Não entendem o que está em ebulição no país. Acham que podem abusar eternamente do povo sofrido, que este jamais irá reagir, nem mesmo com palavras.
Não entenderam nada! Precisam sair um pouco da bolha para ver o que se passa cá embaixo, nas ruas, no dia a dia desse povo que precisa enfrentar verdadeiro calvário para trabalhar. Transportes caóticos, insegurança plena, impostos absurdos, inflação indecente, e depois de tudo isso ainda precisam ver os políticos disputando novos privilégios, reclamando de “cortes” ínfimos nos astronômicos gastos públicos.
Precisam ver, ainda, os “intelectuais” e artistas da esquerda caviar, que também vivem numa bolha, chamando os bandidos que atormentam suas vidas de “vítimas da sociedade”, como se eles, os cidadãos ordeiros, não fossem as verdadeiras vítimas desse sistema estatizante que explora o trabalhador e protege os marajás, vagabundos e criminosos. Ninguém sério tolera mais isso. Vão acabar finalmente despertando o gigante mesmo. E quando isso acontecer, vão lamentar não terem tido um pouco mais de juízo…
Rodrigo Constantino
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