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A eterna vitimização do PT não engana mais ninguém

E esses dois ainda têm a cara de pau de se fazer de vítimas! (Foto: )

O PT só sabe se fazer de vítima. Foi assim que chegou ao poder, bancando o representante dos oprimidos contra a “elite opressora”. Uma vez lá, uniu-se aos caciques políticos e grandes grupos econômicos, além dos velhos parasitas do erário, para esfolar o couro da classe média trabalhadora, a verdadeira classe oprimida no Brasil.

Mas o discurso de vítima está em seu DNA, em seu sangue. O PT só sabe viver em palanques, com bravatas sensacionalistas e apontando o dedo para fantasmas. Para seu desespero, porém, esse discurso patético não engana mais ninguém. Restaram ao PT os velhos aliados dos “movimentos sociais”, menos por convicção e mais pela sedução dos pixulecos.

Rogério Gentile, em sua coluna de hoje na Folha, tocou no assunto, lembrando que a juíza que autorizou a operação da Polícia Federal envolvendo os filhos de Lula, por exemplo, é de esquerda e assinou em 2012 manifesto em favor da instalação da Comissão da Verdade, criada por Dilma Rousseff. Gentile dá outros exemplos de afinidade ideológica da juíza com a esquerda e conclui:

É possível que a juíza esteja equivocada ao desconfiar das transações do filho do ex-presidente Lula, que tudo não passe de um grande engano e que ele seja o homem mais honesto da face da terra. Só não dá para dizer que o PT é vítima de um complô da direita.

Ironia das ironias, o leitor vira a página e dá de cara com artigo de Rui Falcão, presidente do PT, bancando justamente a vítima para justificar o injustificável. A “perseguição” a Lula seria uma conspiração da imprensa a serviço da “elite”, por não tolerar esse grande líder popular que fez e ainda tem muito a fazer pelo povo brasileiro. O leitor sério, diante disso, tem duas opções apenas: cair na gargalhada ou tomar injeção de Plasil na veia. Depende do perfil e do senso de humor para aturar tanta cara de pau.

Mas, como já disse, a ficha caiu para praticamente todo mundo. Em sua coluna de hoje, Carlos Alberto Sardenberg explica de forma didática o enorme custo PT para o país, frisando que a incompetência é ainda mais cara que a corrupção (o que é, convenhamos, um feito incrível). Diz Sardenberg:

A gente tem de reconhecer: foi uma obra-prima de política econômica a tal nova matriz. Pelo avesso. Gerou ao mesmo tempo recessão, inflação alta e juros na lua. E o déficit público de R$ 100 bi. […] A corrupção é avassaladora, mas capaz de perder para a ineficiência.

Diante desse quadro, o PMDB já ensaia abandonar o governo e deixar o PT sozinho, para assumir os equívocos que são de sua autoria mesmo. O programa de governo que o PMDB apresentará no encontro da fundação do partido faz seu mais duro ataque recente ao PT, culpa a “equivocada” política econômica de Dilma Rousseff por “todos problemas e dificuldades atuais” e sustenta que, ao contrário do que prega o Planalto, a crise “tem, sim, raízes ou causas internas”.

Levando tudo isso em conta, o líder do PT na Câmara não poderia ser uma figura mais adequada: Sibá Machado, motivo de piada alheia, alguém que a oposição tem até pena de atacar por considerar “café com leite”. O deputado já acusou até a CIA de estar por trás dos manifestos pró-impeachment. E, recentemente, convocou a militância para “ir pro pau” contra os jovens acampados em Brasília. Bernardo Mello Franco, em sua coluna de hoje na Folha, resumiu bem:

A abulia de Sibá virou um constrangimento para o PT e a maioria dos 62 deputados da sigla. Os mais experientes chegaram a discutir sua destituição da liderança, por falta de condições para exercê-la. Optou-se por uma intervenção branca. O deputado passou a falar só o obrigatório, e os vice-líderes montaram um rodízio para substituí-lo na tribuna.

Esvaziado, Sibá agora preocupa menos porque se transformou num líder que não lidera. Por este ponto de vista, ele parece o homem certo para representar Dilma na Câmara.

E mesmo com tudo isso, com a destruição gigantesca que o PT causou no país, com os escândalos de corrupção, com o enriquecimento espantoso dos líderes do partido, com o estrago econômico punindo os mais pobres enquanto banqueiros sorriem com lucros crescentes, o partido ainda tenta bancar a vítima de forma absurdamente cínica. Realmente, se alguém ainda cair na ladainha petista é porque é muito imbecil mesmo…

Rodrigo Constantino

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