O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, conselheiro de Marina Silva, afirmou em entrevista que a candidata estaria disposta a juntar os melhores quadros tanto do PT como do PSDB. Faria uma mistura entre Lula e FHC para governar, até porque Sarney, Renan Calheiros e Collor estariam fora de um eventual governo.
O senador Aécio Neves ironizou a colocação de Giannetti: “Não sei se é bom começo para quem tem que apresentar propostas e mostrar com quem vai viabilizar. […] Fico muito honrado ver sempre referências positivas aos nossos quadros. Mas o que vai prevalecer é o software original. Quem vai governar é o PSDB e com figuras qualificadas”.
O quadro técnico dos tucanos é, de fato, de boa qualidade, a começar pelo respeitado nome de Armínio Fraga, que será o ministro da Fazenda no lugar de Guido Mantega, caso Aécio seja eleito. Giannetti, na tentativa de se mostrar neutro em relação a ambos, acabou fazendo concessões indevidas e elogios imerecidos ao lado petista: “O PT também tem técnicos de excelente qualidade, que trabalharam no primeiro mandato de Lula, e a gente adoraria trazê-los. Nossa ideia é governar com os melhores na política e na gestão de políticas públicas”.
Quais quadros seriam esses? Antonio Palocci? Marina Silva iria resgatar aquele que caiu durante a gestão de Dilma envolto em escândalos de corrupção e abuso da máquina estatal no caso do pobre caseiro Francenildo? Pois além de Palocci é realmente difícil pensar em algum petista que tenha demonstrado bom senso em economia na era Lula. A menos que Giannetti esteja falando de Henrique Meirelles, um outsider do PT, que veio justamente do… PSDB!
O próprio Giannetti, um pensador que respeito muito, reconhece suas limitações como administrador, e respondeu sobre um eventual cargo no governo: “Não um cargo executivo. Me vejo como um conselheiro, alguém que pode ajudá-la na escolha dos quadros que vão assumir funções executivas. Mas não é o meu caso”. Aprecio sua humildade, e acho que um bom presidente não necessariamente tem de ser um “gerente eficiente”; pode ser um líder que saiba apontar as pessoas certas, delegar e cobrar resultados.
Marina tentou capturar essa imagem ao afirmar que o país não precisa de uma “gerente” no poder. Em resposta, a candidata à reeleição Dilma Rousseff criticou ontem a visão de que o Brasil não precisa de um “gerente”. Na avaliação de Dilma, o presidente da República “é um executor” e não “simplesmente um representante do poder”, que “anda para baixo e para cima só representando”. A presidente classificou a fala da adversária como uma “temeridade”. Atribuiu-a a “quem nunca teve experiência administrativa”.
O problema é quando a tal “gerente” é extremamente incompetente e ainda por cima arrogante, caso da própria presidente Dilma. Aí temos a garantia de total ineficiência, pois a “gerente” acha que sabe das coisas, não delega poder, e faz um estrago enorme.
Entre uma “gerente” arrogante e ineficiente, e outra que reconhece suas limitações e pretende transferir responsabilidades administrativas, considero o segundo caso melhor – ou menos pior. Agora, tendo a opção de ficar com um gerente que já tem um quadro técnico eficiente e que demonstra capacidade para delegar e cobrar resultados comprovada pela experiência de gestão, aí não resta muita dúvida de quem escolher.
Ficamos, então, assim: Dilma acha que é ótima gerente e vai insistir em todos os equívocos que estão afundando nossa economia; Marina Silva terá a humildade de reconhecer que não é uma gerente eficiente e pretende convidar quadros técnicos tanto do PT como do PSDB para governar; Aécio Neves já possui uma equipe pronta e preparada, mostrou-se um gestor capaz durante o governo em Minas Gerais, e não faz questão de técnico algum do PT em seu governo. É, não preciso dedicar muito tempo à reflexão para decidir meu voto…
Rodrigo Constantino
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