Funcionários da Infraero entraram em greve. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu na quarta-feira que a greve pode continuar, desde que sejam mantidos 100% das operações de controle de tráfego aéreo, 70% das de segurança e operação e 40% das demais áreas. Assim tem sido feito, fora o plano de contingenciamento da estatal.
A empresa informou que 13% dos voos estavam atrasados até as 11h, enquanto 7% foram cancelados. A média diária de atrasos é de 15%. Além disso, boa parte dos atrasos e cancelamentos ocorreu em consequência do mau tempo nos aeroportos Galeão e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, que estavam fechados para pousos e decolagens por causa do nevoeiro. Ou seja, tudo dentro da normalidade, a despeito da greve.
Que conclusão podemos tirar disso? Ora, que a Infraero, como praticamente todas as demais empresas estatais, conta com um quadro de pessoal inchado. Mesmo com parcela razoável entrando em greve, quase nada muda. Isso quer dizer que tem muita gente ociosa, desnecessária para o funcionamento dos serviços prestados. Eis a lamentável situação em muitas estatais e repartições públicas.
Não é porque sejam pessoas ruins. É porque o mecanismo de incentivo não é adequado. Estatais acabam virando “cabide de emprego” pois não correm risco de ir à bancarrota e porque lidam com recursos da “viúva”. Empresas privadas, ao contrário, precisam lucrar para sobreviver, e isso faz com que seus sócios controladores fiquem atentos aos desperdícios.
Além disso, eles têm interesse em premiar os melhores funcionários e punir os piores. Os interesses estão alinhados entre patrão e empregado. Isso não ocorre nas estatais. O funcionário acomodado ou preguiçoso acaba recebendo o mesmo daquele mais eficiente e produtivo. Qual o estímulo para trabalhar bem assim?
Por isso não é de espantar tanto a incrível ineficiência da Infraero como esse inchaço no quadro de funcionários. Alguns aeroportos já foram vendidos, e apresentam rápidas melhorias. A solução é uma só: Privatize Já!
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