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Após a “lista negra” de “inimigos da pátria” criada pelo vice-presidente nacional do PT, para intimidar formadores de opinião críticos ao governo, foi a vez de o PT criar nova lista, agora com o nome de todos os membros do PMDB que participaram do lançamento da chapa ‘Aezão’, união entre Pezão e Aécio Neves.

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Às 11h32 do último dia 12, um assessor da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (SRI), Cássio Parrode Pires, enviou uma mensagem à assessoria de imprensa do PMDB no Rio. No e-mail, ele pedia a lista de presença no almoço de lançamento da aliança, na Barra da Tijuca, ocorrido na véspera. Eis a mensagem de email que o assessor do Palácio do Planalto enviou ao PMDB local:

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O ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, tentou justificar a “caça às bruxas” como algo absolutamente normal:

Prefeito negocia com todo mundo. Enviamos o e-mail para saber quem eram (os prefeitos) e chamá-los para almoçar. Prefeito, quando você chama para almoçar, para conversar sobre algum assunto, ele vem. O Picciani pode falar o que quiser, mas isso é do jogo.

Só se for aquela parte das dentadas, mão na bola ou canelada fora do campo. No modelo “federalista” brasileiro, sabemos bem como a coisa funciona. Com a União concentrando o grosso do orçamento público, os prefeitos acabam reféns do governo federal, e precisam “passar o chapéu” para mendigar verbas, especialmente em ano eleitoral.

É por isso, aliás, que o prefeito carioca Eduardo Paes tem sustentado a nefasta aliança com o PT, alegando que é imprescindível a parceria entre governos federal, estadual e municipal. Tese esdrúxula, pois, por tal ótica, jamais uma prefeitura poderia ser independente ou de oposição.

Mas quando é o PT no governo central, sabemos que a pressão das verbas será usada e abusada como moeda de troca política. Existem vários casos de liberação de verbas, de compra de produtos locais, entrega de tratores ou caminhões, obras do PAC, tudo voltado para o favorecimento desproporcional dos aliados do governo central. É a velha mistura abjeta entre estado, governo e partido, que o PT não criou, mas pratica como nenhum outro.

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Aécio Neves, após brincar que muitos aliados do PT já debandaram e o governo não percebeu, disse:

A presidente Dilma se desdiz. Jogou pela janela o discurso que fez há quatro dias na convenção que referendou sua candidatura. Está deixando explícito que a sua nova fórmula para a mudança é essa, a pior de todas, é a mercantilização da política.

A nova lista do PT é exatamente para isso: aprimorar o instrumento de mercantilização da política, ver quem ainda pode ser comprado, e quem deverá ser retaliado de forma autoritária e pouco republicana, por ter apoiado a oposição. A coisa pública fica em último plano quando o estado é tratado somente como “cosa nostra”.

Rodrigo Constantino