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A Folha informa que, após sua privatização, o Galeão continua com mais de 60% do controle nas mãos estatais:

A OTP (Odebrecht TransPort), que liderou o consórcio vencedor do certame, em sociedade com a Changi, de Cingapura, recebeu um investimento de R$ 1,429 bilhão por parte do BNDESPar (braço de participações em empresas do BNDES) e do FI-FGTS (fundo criado com recursos do FGTS para investimento em infraestrutura).

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O BNDESPar adquiriu 10,6% da OTP por R$ 1 bilhão. O fundo de investimentos do FGTS, que já detinha 30% da empresa, entrou com R$ 429 milhões para manter inalterada sua participação.

O cálculo de 61,4% de participação estatal considera os 49% que a Infraero detém na sociedade detentora da concessão do aeroporto e as participações indiretas do BNDESPar e do FI-FGTS.

A ofensiva de recursos estatais no aeroporto é alvo de críticas. “Aeroportos são um ótimo negócio, a geração de receita é imediata, é um monopólio natural. Para que colocar capital público?”, questiona o professor do Insper Sérgio Lazzarini, autor de “Capitalismo de Laços”.

Aproveito para recomendar o livro de Lazzarini, importante para entender melhor nosso modelo “capitalista”. A simbiose entre governo e grandes empresas é um dos nossos maiores problemas. Curiosamente, a esquerda pensa que vai resolver isso aumentando o poder estatal, ou seja, elevando o prêmio da captura do estado pelos grandes empresários.

É como tentar curar a leucemia com sanguessugas! Não faz o menor sentido concentrar mais recursos e poder no estado e depois reclamar que ele é usado pelos grandes grupos na busca por privilégios. O que deve ser feito é reduzir o estado, seu escopo de atuação, os recursos que passam por ele.

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A privatização é uma medida nessa direção. Desde que o estado realmente saia do caminho! Não é o que vemos no Brasil, especialmente no governo do PT. Contrário ideologicamente ao conceito em si, o PT privatizou com uma mão, por necessidade, mas avançou com o estado com a outra mão.

O BNDES virou uma excrescência, um verdadeiro obstáculo para o funcionamento do livre mercado em nosso país. A Odebrecht tem sido a grande vencedora nos leilões de privatização, e não por acaso tem forte relacionamento com o governo, recebendo privilégios e subsídios.

Esse “capitalismo de estado”, cujo nome mais correto é fascismo (Mussolini era o idealizador dessa simbiose entre grandes empresas, estado e sindicatos poderosos, tão visível no Brasil de hoje), é o oposto do que defendem os liberais.

Precisamos, urgentemente, de um choque de capitalismo por aqui. De verdade, daqueles que retire o estado inchado da frente da economia, para que ela possa funcionar direito. Privatize já! Mas deixe o mercado funcionar depois…