Harvey Weinstein era um chefão da Miramax e um dos produtores mais influentes – e também ativistas – em Hollywood. Lançou muitos atores e atrizes ao estrelato. Foi demitido de sua própria empresa no domingo, quando o NYT fez reportagens sobre seus escândalos sexuais passados, e mantidos em “segredo” pelos famosos – os mesmos que se mostraram “horrorizados” com a conversa de vestiário de Donald Trump que veio à tona, sobre pegar em partes íntimas das mulheres.
Mas o que começa a ficar mais claro é que nada disso foi novidade para a turma “progressista” de Hollywood. Tampouco o NYT foi tão heróico assim. Como podemos ver aqui, o jornalzão de esquerda, com a ajuda de Matt Damon e Russell Crowe, preferiu enterrar acusações sobre Harvey no passado, trocando o jornalismo pelo companheirismo. A nata do beautiful people nunca quis cobrar responsabilidade do poderoso produtor por seus atos, pois ele era “um dos nossos”.
Sharon Waxman revelou que trabalhava numa matéria sobre os abusos de Weinstein desde 2004, mas o The Times vetou seu trabalho após pressão do próprio Harvey. E o produtor esquerdista contou com a ajuda de Matt Damon, o ator ativista de causas “progressistas”, nessa empreitada. Não se sabe bem por que agora o NYT resolveu expor os abusos de Weinstein, mas o fato é que eles eram conhecidos pela alta sociedade local, e até motivo de piada, como podemos ver aqui:
Big laughs in 2013 when MacFarlane said of Best Supporting Actress nominees: “You no longer have to pretend to be attracted to Weinstein.” pic.twitter.com/DaJNnJhfX1
— T. Becket Adams (@BecketAdams) October 10, 2017
A elite de Hollywood achava graça da fama de “predador sexual” do produtor, que forçava atrizes, como Ashley Judd, a tocá-lo, vê-lo no banho ou fazer massagem nele. O apresentador do Oscar, Seth Macfarlane, brinca que as cinco atrizes nomeadas ao prêmio não precisarão mais fingir que se sentem atraídas por Harvey Weinstein. A reação é mista no começo, mas depois todos riem.
A mesma galera feminista, politicamente correta, que detonou Trump por seus modos com as mulheres (mas se calava quando era Clinton a efetivamente abusar delas), sabia muito bem o que Weinstein fazia no quarto dos hotéis com atrizes famosas. Mas achava graça. Ajudava a impedir reportagens sobre o caso. Isso comprova o duplo padrão dessa gente, a régua diferente que usam para medir os conservadores e os “progressistas”.
A nata de Hollywood se enxerga como uma espécie de aristocracia moderna, com um salvo-conduto para tudo. A hipocrisia campeia. Esses famosos acusam nos outros o que eles mesmos fazem. São, nesse e em tantos outros aspectos, filhotes de Lenin. Como ainda levar a sério a afetação dessa esquerda caviar, que vive para enganar o público com seus personagens convincentes? As atuações mais desafiadoras são, sem dúvida, aquelas fora das telas de cinema, quando bancam os ativistas de causas “nobres”.
Rodrigo Constantino
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