Aldous Huxley foi o verdadeiro profeta do século XX. Em seu clássico Admirável Mundo Novo, ele entendeu que a “felicidade”, não a repressão, como mostrava Orwell, seria a verdadeira escravidão da era moderna. Os escravos seriam “felizes” à base de soma, a droga oficial. O hedonismo seria a corrente a prender os escravos, e a família desapareceria, levando inclusive a uma ojeriza da própria ideia de maternidade. Esqueça pai e mãe: o estado é o que interessa.
Lembrei disso ao ler essa notícia hoje, de que a França resolveu tirar “pai” e “mãe” dos documentos escolares, substituindo-os por “genitor 1” e “genitor 2”:
As escolas da França deverão substituir, em seus formulários, as palavras “pai” e “mãe” por “genitor 1” e “genitor 2”. É o que prevê uma lei aprovada recentemente na Assembleia Nacional Francesa, sob a justificativa de que os termos tradicionais podem ser considerados ofensivos a famílias comandadas por um casal do mesmo sexo.
“Essa alteração legal visa enraizar a diversidade das famílias das crianças nos formulários administrativos apresentados nas escolas”, afirmou a parlamentar Valérie Petit, eleita pelo La République En Marche!, partido do presidente Emmanuel Macron. Segundo a deputada, a manutenção das palavras “pai” e “mãe” em formulários como a autorização para um estudante viajar com a escola em excursões não levaria em conta a recém-aprovada lei francesa do casamento gay, tampouco a existência de que há pais do mesmo sexo com filhos em idade escolar.
Segundo Valérie, famílias assim se veem, muitas vezes, diante de formulários com opções “presas em modelos sociais e familiares bastante antiquados”. Para a parlamentar, a lei é uma medida de igualdade social.
Críticos da medida, entretanto, afirmam que os novos termos desumanizam a maternidade e a paternidade, e que ela poderia levar a discussões sobre quem vai ser considerado o “genitor 1”.
Xavier Breton, deputado pelo Les Républicains, afirmou que 95% dos casais franceses são compostos por um homem e uma mulher, o que colocaria abaixo o argumento de que as opções são antiquadas. Fabien Di Filippo, seu companheiro de partido, disse que a França está diante de uma “ideologia assustadora”, que promoveria das crianças a remoção de pontos de referência, inclusive no tocante à família.
Marine Le Pen, da Frente Nacional, derrotada pelo candidato do En Marche! nas últimas eleições presidenciais do país, falou que “a máscara [de Macron] caiu”, em relação ao que o chefe do Executivo francês pensa a respeito da sociedade.
Enraizar a diversidade, diz Macron? Modelos antiquados, alegam? Então em nome das “famílias” moderninhas, vamos ignorar… a biologia? Vamos esquecer o fato de que crianças nascem de… pai e mãe? E mesmo que algumas tenham configurações “familiares” diferentes, qual o problema? Ela não pode saber que a média, a norma, é outra, diferente?
Essa mentalidade de que devemos “proteger” as “minorias” em nome da “diversidade” e “tolerância” tem criado uma legião de mimados, incapazes de suportar a vida real e que se sentem “ofendidos” por tudo. São os tais “flocos de neve”. Os “progressistas” feito Trudeau e Macron endossam essa postura superprotetora por meio do estado, enquanto a família tradicional vai sendo diluída, alvo dos ataques dessa turma.
É o mesmo com a ideologia de gênero. Numa clínica aqui perto de casa o formulário de gênero tem meia página! Na Universidade de Miami há uma questão para escolher seu gênero que consta com dez opções diferentes, entre elas “incerto”, “andrógeno” ou “fluido”. Em nome das “minorias” vamos simplesmente avacalhando com o conceito de normalidade. Papai, mamãe e filhos precisam ser coisa do passado, “superada”, pois é “antiquado” demais. Abriram as portas dos hospícios, e os loucos assumiram o poder!
Rodrigo Constantino