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Aécio Neves sai da toca comunista e enaltece ditador cubano que morreu

Aécio Neves é uma vergonha! Um completo fiasco, um senador medíocre, apagado, que jamais teve a estatura para honrar seus mais de 50 milhões de votos em 2014. Muitos achavam que era rabo preso, e como a Lava-Jato se aproxima do PSDB, pode ser mesmo. Mas há também o fator ideológico. Aécio sempre foi um esquerdista.

E a maior prova foi dada hoje. A morte do tirano Fidel Castro tem sido uma excelente oportunidade para separar o joio do trigo. Qualquer um que faça algum elogio a esse carniceiro do Caribe, que tente relativizar sua monstruosidade, dá atestado de canalhice. E Aécio escolheu o joio, o lado podre, dos bajuladores de um déspota cruel. Eis o que ele publicou em seu Facebook:

Que vagabundo! Que babaca! Não há outro termo. Aécio, sinto neste momento um nojo profundo por você, por ter lhe dado o meu voto. Quem não percebeu que o mundo mudou ficará para trás, enterrado no lamaçal socialista, na corrupção estatizante, no Velho Regime. E nada mais Velho Regime do que tecer loas a um tirano assassino!

Minha mãe certa vez encontrou Aécio no aeroporto de Miami e foi falar com ele, se apresentando. O safado disse que respeitava meu trabalho, e mandou um abraço. Brinquei à época: “Ele provou que não acompanha de perto meu blog, pois saberia que faço muitas críticas à sua pusilanimidade”. Mas eis o ponto: se ele respeita meu trabalho eu não sei, mas sei que eu não o respeito mais. Nem um tiquinho.

Eis aqui um exemplo do que admiro e respeito: o jornal Gazeta do Povo, do qual tenho a honra de ser colunista. Vejam esse editorial, contundente, direto:

Descrever o seu legado não permite ambiguidades. Não podemos tratá-lo como “líder controverso”, um “revolucionário idealista” que precisou quebrar ovos para fazer a omelete de um país socialmente justo. Cita-se, entre suas frases icônicas, “Socialismo ou morte!”. Mas para definir Fidel seria melhor dizer “socialismo e morte”. Pois ele foi um ditador sanguinário, que transformou Cuba em uma prisão a céu aberto, quase uma propriedade familiar (basta ver quem ele apontou como sucessor). Foi o comandante da mais assassina ditadura latino-americana, e isso em uma época pródiga em regimes autoritários e violentos no continente. E quase lançou o mundo em uma guerra nuclear, durante a “crise dos mísseis” de 1962.

A Cuba de Fidel se tornou o país do paredón, da perseguição a diversas minorias, das multidões de presos políticos, da perseguição à imprensa livre, do horror narrado por escritores como Armando Valladares e Reinaldo Arenas. Os defensores de Fidel – pois, inacreditavelmente, os há – preferirão apontar certa evolução em indicadores sociais como educação e saúde, questão até certo ponto controversa e cujo papel é questionado até mesmo por intelectuais de esquerda, como a socióloga argentina Claudia Hilb, que, em seu livro Silêncio, Cuba, mostra como essa “política social” esteve intrinsecamente ligada, desde o início, ao projeto de poder total de Fidel.

E nem mesmo a melhoria nesses indicadores, se for real, fez de Cuba a “terra prometida” que o socialismo diz tentar construir, falhando miseravelmente em todos os casos.

[…]

E este é um cenário que a morte de Fidel não muda. Cuba segue tão autoritária quanto antes, nas mãos de seu irmão Raul. A incipiente abertura econômica não vem acompanhada de nenhum grau de liberdade política. Os cubanos se livram da presença física de seu longevo ditador, mas ainda levarão tempo para se livrar de seu legado.

Aprendeu, Aécio? Leia novamente, para ver se absorve a obviedade deste fato:

Um ditador assassino que transformou seu país em uma prisão: qualquer descrição mais benevolente de Fidel seria um desrespeito a suas vítimas

Repito: você é uma vergonha completa para seus milhões de eleitores, senador Aécio. Representa o velho PSDB, socialista fabiano, light, mas nem tão light assim, a ponto de sair da toca para bajular um monstro assassino. Você já era! Se a Lava-Jato não chegar em você, a revolta popular chegará. Você pode ter um “lindo” passado ao lado de tiranos comunistas, mas não tem mais futuro político. Acabou.

Rodrigo Constantino

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