O debate sobre o projeto Escola Sem Partido anda bastante acirrado, e há bons argumentos de quem é contra e acha que pode haver mais censura dentro de sala de aula. A Gazeta do Povo mesmo soltou um editorial hoje sobre o assunto com um ponto de vista bem razoável e críticas legítimas. Mas o jornal não nega o óbvio, ao contrário de certos “especialistas” que vemos por aí; reconhece o problema, mas acha que sua solução passa pelo engajamento de cada um de nós, não por novas leis:
A ideologização e doutrinação no ensino ganharam tanta dimensão que não há mais como negá-las. Os registros de casos ocorridos em sala de aula, textos publicados em livros didáticos, questões enviesadas em provas de escola, vestibulares e até no Enem são abundantes. Teóricos marxistas como Antonio Gramsci identificaram a educação como um dos campos de batalha para se fazer a revolução socialista sem o uso de armas, e no Brasil a estratégia foi conduzida com muito sucesso. Não há a menor dúvida de que algo precisa ser feito.
[…]
Todos queremos o fim da doutrinação, mas depositar todas as esperanças em um projeto de lei é esquecer o protagonismo de pais, alunos e todos os interessados em uma educação pautada pela verdade, e não pela ideologia. A sociedade já mostrou que é capaz de reagir –manter esse ímpeto é tarefa não de burocratas, nem de parlamentares, mas de cada um de nós.
Outros veículos de comunicação preferem adotar a postura do “isentão”, que ou nega a situação atual de doutrinação marxista, ou condena “ambos os lados”, como se houvesse doutrinação de direita também, na mesma escala. Para quem ainda finge que não existe um evidente viés de extrema esquerda nas escolas e universidades, recomendo esse levantamento feito pelo procurador Guilherme Schelb:
Schelb ironizou: Dados do TSE: “Nas eleições de 2018, foi constatado que a maioria absoluta dos candidatos professores são de extrema-esquerda”. Mas em sala de aula eles juram que “respeitam opiniões fascistas, digo, contrárias”. É claro que essa presença maciça de marxistas em sala de aula produz um efeito venenoso, com a substituição do ensino mais imparcial e objetivo pela doutrinação ideológica. Ou alguém acha mesmo que marxistas – marxistas! – vão realmente buscar uma isenção em sala de aula?
Só pode “pensar” assim quem nunca estudou comunismo e não conhece nada sobre o modus operandi dessa turma. Uma reportagem de Duda Teixeira (excelente contratação) na Crusoé mostra que os “médicos” cubanos eram, no fundo, agentes comunistas treinados para doutrinar pacientes:
Quem quiser criticar o Escola Sem Partido porque acha que esse caminho não é a solução, tudo bem. Não há bala de prata para acabar com o problema mesmo. Mas daí a negar o problema, a diminui-lo ou despreza-lo, como se a infiltração de agentes comunistas em sala de aula, disfarçados de professores, não fosse algo da maior gravidade, vai uma longa distância. Comunistas estão sempre a serviço de sua ideologia, de sua causa, e tudo mais é tido como meio legítimo para tanto.
Manipular cabeças jovens nas escolas e universidades é algo banal para essa turma. É preciso reagir a essa investida criminosa que destrói tantos cérebros com potencial para aprender a amar a busca pelo conhecimento e a liberdade.
Rodrigo Constantino
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