Petismo é sinônimo de cara de pau, de duplo padrão, de seletividade. O cineasta Kleber Mendonça Filho, do filme “Aquarius”, aquele que fez um “protesto” acusando o impeachment de golpe em Cannes, contradiz-se já na primeira resposta em entrevista à Folha:
Folha – Acha que haverá retaliação ao seu cargo à frente do cinema da Fundação Joaquim Nabuco após o protesto?
Kleber Mendonça Filho – Eu acho que não tem a menor chance de isso acontecer. A gente vive numa democracia. Essa é a minha resposta.
Pretende continuar à frente dela, mesmo não compactuando com esse governo?
A gente vive numa democracia, e eu tenho direito de expressar o que acho sobre temas políticos. O protesto em Cannes foi um gesto simbólico. O país está dividido. Aguardo com curiosidade os próximos desdobramentos, mas não estou com a consciência de quem está no Brasil.
Notem que ele repete duas vezes que vivemos numa democracia. Mas seu protesto em Cannes foi justamente alegar que não vivemos numa democracia, pois a presidente eleita teria sido vítima de um golpe de estado! Ora bolas, não é contraditório?
Então a democracia só existe quando é para preservar sua boquinha no estado, seu cargo? Quando é para reclamar do que essa democracia fez com a presidente, em processo totalmente legal e constitucional, quando é para respeitar a decisão de 367 deputados e 55 senadores eleitos pelo povo, aí essa democracia desaparece e vira “golpe de estado”, é isso?
A única coisa certa do cineasta petralha é confessar que não está com a consciência de quem está no Brasil. Ele deve estar tomando o Brasil por Cuba ou Venezuela, onde a “democracia” é tudo aquilo que a esquerda radical no poder resolve fazer.
Eu já acho, com Reinaldo Azevedo, que o cineasta deve ser retaliado sim, punido por seu gesto irresponsável, antipatriota e golpista, de acusar de golpe uma decisão democrática. Acho que ele deve ser demitido do cargo que luta para preservar. Tudo bem democraticamente…
Rodrigo Constantino